5 primeiros dates tão constrangedores que te darão arrepios
Não há nenhum problema em uma coisa ou outra dar errado num primeiro encontro... até certo ponto!
Você já teve um primeiro encontro ruim? Se a resposta for sim, pense de novo. A seguir, cinco pessoas relatam dates que deram tão errado, que provavelmente te farão desistir do amor — pelo menos por algum tempo. Conversas constrangedoras, fetiches inusitados e até fluídos corporais indesejados fazem parte desta coleção. Confira:
*Alguns nomes no conteúdo foram alterados para garantir o anonimato dos personagens.
Gaiolinha
“Conheci um garoto chamado João* no Tinder. Ele era muito bonzinho, trabalhava com videogame, tinha um estilo bem nerd fofo. Estávamos no auge da pandemia e, por isso, demorou para sairmos pela primeira vez. Um belo dia, eu estava com fogo no cu e acabei bolando uma solução com ele: passar 15 dias juntos, na mesma casa, sem sair nem nada.
Cheguei lá, o papo tava legal e, até então, o João aparentava ser uma pessoa na mesma vibe que eu. Até o jantar ele preparou! Comemos (o prato estava delicioso, aliás) e ele falou para assistirmos Crepúsculo porque sabia que eu gostava. Tudo na paz do senhor Jesus. Aí, claro, não demorou para pegação rolar! Só que, enquanto eu estava sentada no colo dele, João parou e disse: ‘Posso te perguntar um negócio? O que tu curte na hora do sexo?’.
Eu de boas respondi que não era uma pessoa de muitos kinks, mas curtia uma parada mais de submissão. Eis que ele revela que gostava de ser dominado e questiona se eu não gostaria de dominá-lo. Beleza, testei, dei uns tapas nele, mas não curti muito. Vida que segue…
Voltamos a ver o filme e, de novo, a pegação foi retomada. De repente, ele faz outra pergunta: ‘Você chutaria as minhas bolas?’. Me assustei e falei prontamente que não, mas ele insistiu tanto, que acabou me vencendo pelo cansaço. Eu dei um chute no mano, com tanta raiva, que o menino sentiu a maior dor da vida dele. Pelo menos foi o que pensei. Só que, pasmem, ele tava com o pau duro!
Nesse ponto, eu já tinha desistido do rolê e só estava esperando a hora de voltar para casa. Quando fui chamar o Uber, João faz OUTRA pergunta: ‘Você pode me comer?’. Aí eu já tinha atingido o meu limite. Nada contra, mas quem come um cu no primeiro encontro?!?! Peguei minhas coisas e fui embora.
Passou uns meses, out of nowhere, o João me manda aquelas imagens que expiram no Instagram. ‘Deve ser só uma nude’, pensei. Quando eu abro, me deparo com uma foto do pinto dele naqueles cintos de castidade com a legenda: ‘Para você, minha senhora’. E aí, desde então, ele virou o gaiolinha entre eu e minhas amigas. O motivo? Ele colocou o passarinho na gaiola.”
-Larissa*, jornalista.
Você tem muita acne!
“Tinha um cara que conheci no colégio e sempre tive muito crush nele. Por isso, você pode imaginar o quanto fiquei feliz quando demos match no Tinder. Marcamos o encontro, eu estava cheia de expectativas. Mas, logo de cara, os assuntos não rendiam. Acho que isso o deixou ainda mais nervoso, e acabou que ele começou a falar da ex-namorada e dos traumas que passou em relacionamentos antigos. Obviamente, não entrei no assunto, pois, sem condições.
Só que, sem ninguém perguntar nada, o homem passou a falar que a minha pele tinha muita acne. Eu pensei: ‘Irmão, o que é isso???’. Essa era uma das minhas maiores inseguranças, então fiquei bastante chateada. Toda essa tragédia estava acontecendo num café ali pela região do Centro de São Paulo. Aí, acho que para tentar contornar a situação, ele me pergunta se eu gostaria de ir a um bar tomar cerveja. Eu tava louca para ir embora, mas acabei cedendo.
O Fernando* ficou bebendo sozinho e eu olhando para a cara dele por minutos que pareceram décadas. Quando finalmente estávamos na calçada indo para o metrô, ele me surpreende com o beijo que considero o pior de toda a minha existência. Foi péssimo! Ele ficou tanto nessa de querer me beijar, que acabei precisando falar que não curtia demonstração de afeto em público. Nunca mais nos vimos depois disso.”
-Andreia*, psicóloga
Aparição inesperada
“Era sexta-feira, eu estava terminando uma aula e decidi sair com um cara que vinha conversando há um tempo. Ele me chamou para ir num lugar que nunca havia frequentado, mas, mesmo inseguro com a possibilidade de ser ruim, decidi dar uma chance. Spoiler alert: eu não deveria ter ido. O bar estava cheio de bichos, as mesas todas na calçada, a vibe geral era de sujeira. Beleza, começamos a conversar, beber, tudo estava ok… Até ele passar a desabafar sobre uma experiência de quase morte que sofreu há alguns anos.
Nessa hora, já estava meio ‘hmmm, ok, acho que deu por hoje’. Só que, no meio desse papo fúnebre, uma barata voou em cima da mesa! Eu me assustei e saí correndo para longe de onde estávamos. Nessa hora, o Paulo* gritou: ‘O QUE FOI?’ e eu respondi, em pânico: ‘É uma barata!’. Aí, ele simplesmente virou e esmagou a barata com a mão. Foi horrível! Como se não bastasse, o rapaz ainda chamou o garçom e pediu apenas um paninho para higienizar a mesa. Ele nem foi ao banheiro lavar as mãos, só passou um álcool. A noite foi bem ruim, mas acreditem, eu ainda acabei beijando ele no final do encontro…”
–Chris Rantin, editor-chefe do veículo Legião dos Heróis
Beijo de chernobyl
“Me sinto mal por contar isso, mas vamos lá: em 2017, precisei fazer uma cirurgia de extração do siso pois estava sentindo muitas dores. Tudo correu bem, mas ali pelo terceiro dia de recuperação, o local de retirada começou a infeccionar. Voltei ao consultório, a dentista me receitou um antibiótico e vida que segue. Passado uns dois dias, marquei de sair com um rapaz, pela região da Paulista. No dia do date, acordei com um gosto meio amargo na boca. Havia um liquido amarelado no local, sei lá, o negócio não tava legal.
Eu deveria ter cancelado o encontro e voltado ao dentista, certo? Mas como uma boa pessoa teimosa que sou, decidi ir mesmo assim. Encontrei o cara no metrô, fomos conversando, e já nessa hora, percebi que eu estava com um bafo horrível. Então, sempre que eu falava com ele, tentava olhar para os lados, para não matar o coitado com um odor desagradável. Acho que deu certo, pois, quando chegamos ao parque Trianon, ele fez questão de me dar um beijo. Eu, meio sem jeito, cedi.
No momento em que estávamos no auge daquele beijo molhado, o líquido amarelo que estava na minha boca de manhã vazou para língua dele. Eu soube porque, na hora, quase que instantaneamente, o Fábio* se afastou e soltou um barulho super esquisito. Era quase um grunhido, um som de quem tinha acabado de sentir o gosto da morte. O beijo foi interrompido na hora, sem nenhuma explicação. Ele logo levantou e disse: ‘Quer dar mais uma voltinha no parque?’
Óbvio que, no meio dessa voltinha, a mãe dele mandou mensagem falando que a avó dele havia falecido ou algo do tipo. Eu nem questionei. Só respondi: ‘Corre cuidar da sua avó!’ e deixei o infeliz ir para o metrô às pressas. Algumas horas depois, ele já havia me bloqueado no Instagram. Com toda razão.”
–Bruno*, advogado
O meu primeiro admirador
“O ano era 2019: minha amiga fazia um curso de inglês na USP e comentou que o professor dela era bem meu estilinho. Um belo dia, começamos a nos seguir no Instagram. Ele era low profile, mas pelo pouco que vi, parecia ser um queridinho. Era barbudo e tals, bem esquerdomacho, um tipo que na época eu pagava pau. Após uns meses sem nunca termos trocado mensagens, ele responde um stories meu dizendo que eu era a crush dele.
Eu fiquei feliz porque, até então, ninguém nunca havia se declarado para mim. Sempre tive muitos crushes, mas nunca fui a crush de alguém. Depois de um papo ali e aqui, decidimos marcar o primeiro date naquele Starbucks da Haddock Lobo, num domingo. Eu, como boa fanfiqueira que sou, fiz toda uma produção: escovei os cabelos, saí com calcinha e sutiã combinando, até comprei um vestido novo para ir toda contente e feliz.
Chegando lá, decidi arquitetar um cenário. Peguei o livro Mulheres que Correm com os Lobos da minha bolsa, pedi um café e fiquei na mesa para ele me encontrar casualmente num momento intelectual. Mas aí passou 10, 20, 30 minutos, e nada do Antônio* chegar. E pior: ele nem havia dado satisfação. Comecei a ficar nervosa, pensando que eu ia tomar um bolo.
Eis que, passado mais uns 15 minutos, o cidadão manda mensagem falando que estava um ‘pouquinho’ atrasado mas que logo chegaria. Dada uma hora, o donzelo aparece. Olhando do andar de cima, ele parecia ser bastante interessante, gatinho até. Na hora que ele chegou para me cumprimentar, parecia que eu tinha mergulhado de cabeça no Rio Pinheiros antes do Dória limpar.
Sabe aquele fedor de quando estamos na CPTM, e mesmo com as portas fechadas, ainda conseguimos sentir o cheiro do rio? Era essa a sensação! Para piorar, a camiseta dele estava com umas marcas de baba; o tecido sem movimento, como se aquela peça não visse água há décadas. Sentamos, conversamos e aquele cheiro horrível não saía do ambiente. Comecei a ficar tensa com o que as pessoas iriam achar.
Quanto mais eu reparava, pior ficava: até a barba dele tinha migalhas de comida. Então, decidi que não dava mais para ficar com ele lá dentro. Falei para darmos uma volta na Paulista, pois estava fechada. Nessa hora, ele fala para irmos tomar um vinho. Eu pensei: ‘Opa, ele vai me pagar um vinho, vou ficar bêbada e nem lembrar disso’. Mas assim que viramos a rua, ele solta a frase: ‘Ah, então, tem um Carrefour ali na frente, a gente pode comprar um vinho e sentar aqui na calçada pra beber’.
Resumindo: num surto de emoções, simulei uma ligação com a minha tia, e disse que a coitada estava trancada para fora de casa e eu precisaria voltar para ajudá-la. Fiz toda uma encenação. Infelizmente, ele fez questão de me acompanhar durante toda a volta. Quando finalmente chegou a estação do Antônio*, ele tentou me beijar, e eu, já sem outra alternativa, precisei empurrá-lo. Falei que naquele dia não ia rolar, porque o lance da minha tia tinha cortado o clima. Ele ainda chegou a mandar mensagem falando que tinha adorado e eu precisei mandar a real. Depois, dei o famigerado block e nunca mais o vi.”
-Bárbara Guth, criadora de conteúdo no @f1.pit_stop
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