É natural ver o ator Bruno Gagliasso, 35 anos, andando descalço em alguma cena de novela. Fora da TV, percebê-lo tão à vontade assim surpreende quem não conhece o galã. Mas basta trocar algumas palavras com ele para entender que viver com os pés no chão é algo que lhe devolve o equilíbrio. “Preciso disso, sou hiperativo”, revela. Especialmente nos negócios que empreende.
Tem um salão de beleza com a mulher, Giovanna Ewbank, e é sócio de uma academia de crossfit. Ainda investe no mercado de startups e em restaurantes. O Le Manjue, em São Paulo, é especializado em cozinha orgânica e funcional. “Não tomo decisão nenhuma por impulso e só me empenho no que acredito”, diz. “Quero que as pessoas saibam que a alimentação saudável é uma alternativa viável.
E, se minha presença aqui ajuda nisso, melhor ainda”, justifica o ator. Nas duas unidades do Le Manjue, o chef e um dos sócios, Renato Caleffi, exibe receitas que combinam sabor e bem-estar. “Minhas criações levam ingredientes antioxidantes, anti-inflamatórios e de boa carga glicêmica”, afirma Renato, pioneiro em aplicar o conhecimento da nutrição na gastronomia.
Para atender ao convite de CLAUDIA, Bruno interrompeu por uma tarde inteira o ensaio de um longa-metragem em que atuará e se reuniu com os parceiros no sítio, em Vinhedo (SP), onde fica a horta que abastece os restaurantes. Do tamanho de um campo de futebol, nela nascem melissa, alho-poró, diversos tipos de alface, de couve… Ali, o chef apresentou um churrasco diferente, leve e cheio de propriedades. “Eu me inspirei nas receitas tradicionais, como farofa e vinagrete, para criar versões mais saudáveis.”
O que tem de mais fresco
Outra marca forte da cozinha de Renato é a preferência por produtos sazonais. “Assim, respeitamos o ciclo da natureza e descobrimos cada vez mais novos ingredientes. Se não tem limão, por exemplo, uso cambuci”, fala, referindo-se à fruta ácida, nativa da Mata Atlântica, que incrementa seu vinagrete.
Nas guarnições, dois tipos de arroz (um com ervas, outro com alho-poró e amêndoa) e uma farofa com toque de pequi. Assim como o pirarucu, o tambaqui é um peixe de água doce com alto teor de ômega 3. No cardápio do dia, apareceu em forma de costelinha para comer com as mãos. “Com geleia de pimenta, fica uma delícia”, diz o ator, que encontra na comida um de seus maiores prazeres.
Com afeto
Na casa onde vive, no Rio, Bruno conta com a ajuda de Jane, cozinheira mineira que faz os pratos do dia a dia para ele, Giovanna e a filha, Titi, 4 anos. “Com ela e Renato (Caleffi) por perto, não preciso nem cozinhar. Só comer!”, brinca. Apesar de não se arriscar nos preparos, sabe receber como ninguém. “Tudo é motivo de festa. Tem coisa mais íntima que alimentar o outro? A mesa está presente nos momentos mais importantes.”
Para brindar com os amigos, o chef propôs um coquetel sem álcool, à base de cajuína – fermentado de caju, famoso no Nordeste – com frutas e panc, além de uma caipirinha de cachaça com cambuci. E surpreendeu servindo em uma bandeja cheia de gelo.
Reproduza as receitas em casa: