Em fevereiro, quando se ouviu pela primeira vez em novo coronavírus o perigo parecia estar – fisicamente – longe. E estava. Do outro lado do mundo, a China foi o primeiro país a registrar mortes e perder o controle no que veio a ser uma pandemia. Naquela época, meros meses atrás, 34 brasileiros estavam em Wuhan e o Governo brasileiro mandou uma equipe para resgatá-los. Quem liderou o time foi a infectologista Ho Yeh Li. Ela é a primeira da área da saúde homenageada pela Maurício Sousa Produções no projeto Donas da Rua da História, onde a médica é interpretada pale personagem Keika.
Nascida em Taiwan, a médica veio para o Brasil em 1983, onde se naturalizou e cursou medicina na Universidade de São Paulo. Coordenadora da UTI de infectologia do Hospital das Clínicas em São Paulo, em fevereiro ela foi a única infectologista a participar da operação brasileira na China e hoje está no topo da lista dos mais conceituados especialistas do país nesta área, sendo, também, a maior referência no tratamento da febre amarela. Por seu destaque e importância na ciência na saúde brasileira, a doutora Ho faz parte agora do hall do Donas da Rua da História. O projeto conta com o apoio institucional da ONU Mulheres.
Para Mônica Sousa, o protagonismo feminino no combate ao coronavírus é uma das fontes de inspiração para a nova série de homenagens que serão feitas no Donas da Rua da Ciência, que vai lembrar a trajetória de pesquisadoras e cientistas que marcaram a humanidade com suas ações. Apenas no Brasil, dados do IBGE apontam que as mulheres são a maioria na força de trabalho da saúde, respondendo a 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na Atenção Básica. “A exemplo da Ho Yeh Li, o papel das mulheres na ciência é muito forte, mas pouco evidenciado. Nosso papel é apresentá-las às meninas para que se sintam motivadas e inspiradas”, diz Mônica Sousa.
O Donas da Rua foi lançado em 2016. Em março, antes do lockdown, a exposição no Conjunto Nacional, em São Paulo, apresentou 19 personagens femininas marcantes. “A ideia é sempre destacar mulheres que inspirem outras a serem o que quiserem ser”, disse Monica na época. Para conhecer mais sobre o projeto, clique aqui.