Uma pesquisa inédita de âmbito nacional realizada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), em parceria com o Instituto Locomotiva, revelou como a desinformação e as fake news têm prejudicado a prevenção e o tratamento do câncer de colo do útero.A pesquisa Percepção das Brasileiras sobre Tumores Ginecológicos foi realizada com a participação de 831 mulheres, de 18 a 45 anos, das classes A, B, C e D nas cinco regiões do Brasil. A amostra avaliou o nível de conhecimento sobre o câncer de colo do útero, a adesão às práticas preventivas, como foco na vacinação contra o HPV, métodos de rastreio e a importância da informação correta sobre sintomas e enfermidade.6 em cada 10 mulheres não sabem a relação do câncer com o HPVA pesquisa revela:57% das brasileiras desconhecem que o HPV é o principal agente causador do câncer de colo do útero82% não sabem ao menos uma informação essencial sobre o vírusDe acordo com as análises, a maioria das mulheres entrevistadas demonstram um grau de conhecimento nulo ao assunto. Os dados revelam um cenário de desinformação preocupante em relação ao contexto brasileiro. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, doença que mata cerca de 19 mulheres por dia no país e que, só em 2025, deve registrar 17 mil novos diagnósticos.“A pesquisa mostrou a necessidade do acesso à informação correta, de origem científica e de fontes primárias, para que as pessoas conheçam mais sobre o tema e como a vacina pode ser um mecanismo preventivo fundamental na proteção", explica Andréa Paiva Gadelha Guimarães, oncologista e presidente do Grupo EVA.Como as fake news afetam a prevenção da doençaImunização e prevenção:39% não têm ciência de que há prevenção contra a doença49% têm dúvidas ou descobriram que tinham informações falsas sobre HPV e câncer de colo do útero42% não tomaram ou não se lembram de ter se imunizado38% afirmam conhecer muito bem a vacina87% consideram importante se vacinar contra o HPVDe acordo com a oncologista, 17.000 casos de câncer de colo do útero poderiam ser evitados com vacinação e exames de rotina. Entretanto, a pesquisa salienta como as fake news são um entrave na prevenção da doença.Os resultados da análise refletem como o movimento anti-vacina impactou em uma diminuição da aderência de crianças à imunização.Andréa ressalta uma preocupação em relação à descoberta, já que a fase da infância e adolescência são os momentos de maior eficácia da vacina. "Os dados alertam para um olhar especial sobre como as informações falsas podem impactar negativamente a tomada de decisão sobre assuntos muito relevantes que envolvem o dia a dia das mães, famílias e filhos", acrescenta.A falta de informações também impacta na prevenção clínicaExames de rotina:3 em cada 10 (29%) mulheres de 18 a 45 anos não sabem a utilidade do PapanicolauMetade (49%) desconhece para que serve o exame de DNA-HPVMenos da metade fez os principais exames ginecológicos nos últimos 12 meses:37% realizaram o Papanicolau no último ano25% relataram que foram submetidas ao USG Transvaginal durante o período31% já realizaram o DNA-HPV alguma vez"Outro alerta importante é a necessidade de um check-up uma vez ao ano para a realização de exames preventivos como consultas ginecológicas, com Papanicolau e testes de DNA-HPV”, afirma a presidente do Grupo EVA. A pesquisa também reafirma a necessidade de maior conscientização sobre a prevenção e realização frequente de exames de rotina.Assine a newsletter de CLAUDIAReceba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:Acompanhe o nosso WhatsAppQuer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp. Acesse as notícias através de nosso app Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.