Quem vem por aí: Monique Vaz
Primeira engenheira do Google no Brasil, ela desenvolve tecnologias anti-abuso usadas globalmente pelas plataformas da empresa
Trabalhar com tecnologia não passava pela cabeça de Monique Vaz. Foi pela influência do pai, servidor público de olho na ascensão desse nicho de mercado, que ela decidiu cursar Ciência da Computação na UFMG. Logo na faculdade, percebeu a falta de diversidade: em uma turma com 30 pessoas, apenas 4 eram mulheres. De lá, seguiu para o seu primeiro estágio na Akwan, empresa adquirida pouco tempo depois pelo Google. Ela permaneceu no quadro de funcionários e, desde 2005, atua dentro do grupo. Engenheira mais antiga da casa, Monique passou pelo Orkut no início da era das redes sociais. “Ali, a comunicação começou a se intensificar. Com o aumento das interações, boas ou ruins, as pessoas passaram a ficar em risco também no digital”, conta. Foi quando surgiu o time que coordena hoje, focado em criar políticas anti-abuso nas plataformas da empresa.
“Acompanhamos a evolução da internet.” Com 23 anos de casa, ajudando a combater spams, ataques de phishing e malware, ela celebra feitos que vão desde a gerência de Engenharia do Google (MG) ao desenvolvimento e afinamento de tecnologias que são aplicadas nas plataformas do mundo inteiro. Sabe quando seu Gmail, YouTube e/ou Maps identificam algo que não é seguro para você? Ela que lidera a área responsável por criar essas ferramentas que ajudam milhares de usuários.
E, claro, um nome como este, que serve de exemplo e inspiração para jovens meninas, também está no programa Mind the Gap, criado há quase dez anos por um grupo de engenheiras do Google em Israel. Na ativa no Brasil desde 2014, o projeto apresenta o universo da Ciência da Computação para alunas do Ensino Médio de todo o país. “No começo da minha trajetória, não se falava sobre a falta de mulheres. Era algo que me incomodava, mas não sabia articular. Hoje, ensinar as nossas meninas a importância desse apoio mostra um caminho de esperança.”