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Por que hoje é considerado o dia mais triste do ano

A terceira segunda-feira do mês foi intitulada o dia mais triste do ano; entenda o motivo e veja como lidar com a tristeza

Por Marina Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Nathalie Páiva
18 jan 2021, 15h49
Dia mais triste do ano
 ((Foto: Getty Images)/Getty Images)
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Hoje é segunda-feira azul, ou Blue Monday. O dia mais triste do ano cai toda terceira segunda-feira de janeiro (“blue” em inglês, na verdade, significa “tristeza”). Nesse dia, de fato, há níveis mais altos de depressão nas pessoas do que nos outros dias, embora, neste ano, muito provavelmente, a tristeza possa ser ainda mais acentuada do que o normal.

Por que a data cai em uma segunda-feira e por que em janeiro? Bem, não é por acaso, o primeiro dia da semana, na verdade, geralmente é o dia de retorno ao trabalho após o final de semana, e além disso, este período de janeiro é uma época do ano em que você está longe de qualquer feriado ou comemoração. O bom humor proporcionado pelas férias de Natal, aliás, é agora apenas uma memória distante, assim como o início da primavera ou do verão é uma miragem distante, períodos que, psicologicamente, estão associados ao sol, ao mar, às férias e à despreocupação. Mas vamos descobrir com mais detalhes quando e como essa tendência recente nasceu.

A origem da “Blue Monday”

A definição de “segunda-feira azul” nasceu em 2005 na Grã-Bretanha e é atribuída ao psicólogo Cliff Arnall, da Universidade de Cardiff. O mesmo, aliás, publicou um artigo na revista The Guardian em que identificou a fórmula exata para analisar as tendências dos clientes de agências de turismo em reservas de viagens.

Arnall levou em consideração em seus cálculos vários fatores como, por exemplo, a distância do Natal, o fracasso das resoluções que se estipulam com o início do novo ano, lidar com despesas que estão por vir, a motivação para agir e também as condições meteorológicas. Com essa análise, a psicóloga percebeu que o que leva uma pessoa a reservar uma viagem ou férias é uma condição de profundo descontentamento, que atinge seu nível máximo na terceira segunda-feira de janeiro.

Hoje, em vez da consideração triste de que estamos no ponto morto do ano do ponto de vista psicológico, a segunda-feira azul é também um fato que profissionais de marketing usam com campanhas direcionadas. Sua natureza científica, de fato, foi até agora negada e a própria Universidade de Cardiff se distanciou desta afirmação.

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A Blue Monday é considerada um golpe de relações públicas, mas o transtorno efetivo sazonal é uma doença real que afeta 10 milhões de americanos – de acordo com matéria da CNN.

Qual a diferença de tristeza e depressão?

Nós da CLAUDIA procuramos um psicanalista para falar sobre o Blue Monday. Francisco Nogueira diz que muitas pessoas não sabem diferenciar tristeza e depressão, e explica a diferença. “A depressão costuma estar associada a um quadro sindrômico, mais ou menos grave, normalmente reconhecido pelas características alterações de humor, como a tristeza profunda e/ou a melancolia que não passam, apatia, perda do contato com os próprios sentimentos, entre outros sintomas”, explica.”  Já a tristeza é uma mensagem.  “É apenas uma comunicação de que algo se passa em nosso mundo interno, não necessariamente um adoecimento, como no caso da depressão. Não é porque estamos enfrentando um momento triste que essa tristeza vai nos levar a uma depressão”, diz.

Nogueira dá dicas de como enfrentar os dias ruins. “É muito interessante que possamos ter um dia para nos lembrarmos da tristeza, da melancolia, da depressão. Em um mundo que valoriza tanto certos ideais de beleza, sucesso e felicidade. Neste sentido, a dica que posso dar é encontrar espaços ou momentos para falar sobre os sofrimentos mentais. Isso passa pelo reconhecimento, aceitação e compartilhamento das nossas dores. Buscar ajuda profissional, com um psicólogo ou um psicanalista, também sempre é importante”, destaca.

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Dada a importância de as pessoas serem ouvidas e encontrarem ambientes para partilhar seus sentimentos e angústias, Nogueira – com ajuda de companheiros de profissão – criou a ação gratuita “Experiência d’Escuta“. Não é um tratamento terapêutico apesar de algumas pessoas sentirem esse efeito, consiste em profissionais da saúde mental ouvirem pessoas que precisam de acolhimento mas, sem dar nenhuma opinião profissional para não virar uma consulta terapêutica.

“Não se trata de terapia online, não é psicologia online. A proposta é de fazer um acolhimento com uma escuta técnica e duração de 30 minutos”, afirma Nogueira e completa.” Essa ideia, essa metodologia de trabalho, vem sendo desenvolvida por mim desde 2016 e foi compartilhada com outros profissionais para que atitude pudesse acontecer”, ressalta.

O projeto ocorre de forma gratuita, para participar basta se inscrever pelo site: https://www.experienciadeescuta.com.br/. Lá é possível marcar o melhor horário, a forma de contato (Vídeo-chamada ou ligação de voz) e um profissional irá te atender e escutar. (Colaborou Nathalie Oliveira)

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