Fundo terá empréstimos de 3 mil reais para mulheres microempreendedoras
Em sua segunda fase, o Dona de Mim quer apoiar até mil mulheres atingidas economicamente pela pandemia
O Fundo Dona de Mim, criado pelo grupo Mulheres do Brasil, lançou a segunda etapa do projeto que empresta dinheiro para mulheres Microempreendedoras Individuais (MEI), que tiveram seus pequenos negócios atingidos pela pandemia da Covid-19. Na primeira fase, inciada em junho deste ano, o fundo beneficiou 485 mulheres, de 20 estados, em 112 cidades, que receberam de mil a 3 mil reais. Agora, com o apoio do programa de microcrédito social do Banco BTG Pactual, que aportou R$3 milhões para os empréstimos, a meta é auxiliar mil mulheres, que poderão receber até 3 mil reais de crédito, sem taxa, com 12 meses para pagar, juros de 6% ao ano e carência de seis meses.
Segundo a vice-presidente do grupo Mulheres do Brasil, a empresária Sônia Hess, a ideia do fundo surgiu a partir de relatos de mulheres que não conseguiam expandir seus negócios já existentes por falta de capital. “Ouvi histórias como a de uma microempreendedora que entregava marmitas feitas pela mãe. Elas só tinham uma geladeira e, por isso, conseguiam produzir apenas 40 marmitas por dia. Precisavam de um freezer para chegar a 120 refeições”. Sônia também foi impactada pela história de uma manicure que estava fazendo jogos americanos para complementar a renda, diminuída pelo confinamento, mas não tinha mais dinheiro para comprar as linhas. “Não podíamos ficar alheias a esse cenário. Essas mulheres têm ideias, garra, a mesma vontade de transformação que todas nós temos, mas falta a elas um “empurrãozinho”, uma instrumentalização financeira e profissional, que é o que o projeto proporciona”.
Das 485 mulheres da primeira fase, 335 eram MEIs e 150 de comunidades. “Queremos que estas mulheres se fortaleçam e possam trabalhar em suas próprias casas”, conta a empresária, que conseguiu levantar o dinheiro com o apoio financeiro de 62 mulheres e do Banco Pérola, responsável pela administração do aporte.
Para participar da segunda fase do programa será necessário realizar um curso de qualificação online chamado Trilha Empreendedora, oferecido pela RME, a Rede Mulher Empreendedora. Segundo Martha Leonardis, sócia e diretora de Responsabilidade Social do BTG Pactual, o objetivo do projeto é dar o microcrédito mas também capacitação. “Elas precisam de um aprendizado, precisam aprender a usar o dinheiro corretamente”. Para ela, o que as mulheres em situação de vulnerabilidade desejam é uma renda permanente por meio de um trabalho. “Elas não querem depender de doações e cestas básicas, porque sabem que as cestas uma hora acabam”.
Para se candidatar ao empréstimo é necessário, obrigatoriamente, ser MEI e estar inscrita no Mulheres do Brasil. A inscrição no grupo pode ser feita no site Mulheres do Brasil. Depois é só acessar o site do Fundo Dona de Mim para fazer o cadastro. Ao ter a aprovação, antes de receber o dinheiro, a empreendedora precisará ter feito o curso online da RME.
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