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Demissão de técnica faz jogadoras deixarem seleção brasileira

“Acredito que ela foi demitida por gostar das coisas corretas e brigar pela a modalidade dentro da CBF. Ela lutava por nós", diz a zagueira Andreia Rosa

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Roberta Tinti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 out 2017, 13h34
 (Stuart Franklin - FIFA / Contributor/Getty Images)
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Após dez meses no comando da Seleção Feminina de futebol, a técnica Emily Lima, 37 anos, a primeira mulher na liderança do time, foi demitida pela diretoria da Comissão Brasileira de Futebol (CBF). A demissão repentina da treinadora motivou a saída de outras cinco membros da seleção.

A atacante Cristiane Rozeira, 32 anos, as laterais Maurine Dornele, 31 anos, e Rosana Augusto, 35 anos, a volante Fran Alberto, 27 anos, e a zagueira Andreia Rosa, 33 anos, decidiram deixar a Seleção Brasileira de futebol como uma forma de protestar contra a decisão da CBF de demitir Emily. Até então técnica da equipe que tinha 60% de aproveitamento nos amistosos que disputou nos últimos 10 meses.

A primeira atleta a anunciar a saída da seleção foi a atacante, por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais. Nele, Cristiane conta que não via outra alternativa diante do cenário imposto pela CBF e que essa foi a decisão mais difícil a ser tomada na carreira, uma vez que sonhava em jogar suas últimas Copa América, Olimpíada e Copa do Mundo.

Meu sonho era colocar uma medalha de ouro no peito, levantar um troféu de campeã mundial e ajudar a modalidade alguma maneira (…) Se eu não pude fazer isso nesses 17 anos como atleta, espero poder contribuir como ex-atleta”, diz.

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https://www.instagram.com/p/BZjzmm2nCwC/

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Depois, foi a vez de Fran expor sua insatisfação com a demissão repentina de Emily e com a recontratação da antiga comissão técnica. “Quero agradecer a todas as pessoas que torceram e torcem pelo meu trabalho. E torço para que, quem for ficar [na Seleção], colha bons frutos, se é que é possível ainda.”

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A indignação das duas atletas foi compartilhada por Rosana, que também se pronunciou sobre o desprezo da CBF em relação ao apelo das jogadoras para que treinadora permanecesse no cargo. “Sinto que as atletas não têm voz, e querer expor um ponto de vista mexe com a vaidade e ego de muitos”, disse a lateral que atual pelo Corinthians em seus perfis nas redes sociais.

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https://www.instagram.com/p/BZlzZDOj39w/?taken-by=rosanaugusto

Para Andreia, a quarta baixa da equipe, também não foi diferente. “Estive na seleção por 7 anos e vi muitas coisas acontecerem. E muitas vezes não tivemos força ou coragem de falar pelo medo de não sermos mais convocadas. Hoje, com meu peito aberto, venho falar que precisamos colocar pessoas que sonham e acreditam no futebol feminino e não simplesmente que estão lá por estar.” A zagueira ainda contou à CLAUDIA que decidiu se “manifestar em busca de igualdade de direitos, respeito e uma melhor estrutura para o futebol feminino para as gerações futuras”.

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https://www.instagram.com/p/BZn7_8NFVpa/?taken-by=andreia_rosa88

Maurine, por enquanto é a última atleta a deixar a Seleção. Sua decisão foi tomada por muitos motivos. Uma das razões foi o cansaço e a saída da ex-treinadora – uma “pessoa que trabalhava bastante e que eu gostava bastante de seu trabalho”, como descreveu em vídeo publicado em seu Instagram.

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https://www.instagram.com/p/BZwWbzcDQpA/?taken-by=maurine

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União espontânea

A CLAUDIA, as laterais Rosana e Maurine contam que nada foi planejado entre as atletas. “Simplesmente compartilhamos da mesma ideia diante das circunstâncias que foram colocadas para nós”, diz Rosana, atleta que atua pelo Corinthians e que há 18 anos defendia a camisa verde-amarela. “Não foi nada combinado. Cada uma foi saindo porque não se sentia bem“, completa Maurine.

A circunstância a que Rosana se refere, além de toda falta de investimento na modalidade, é a impossibilidade de conclusão do ciclo com Emily Lima. Maurine concorda. “A seleção tem novidade sempre e, por isso, nunca dá tempo para continuar um trabalho”, comenta a jogadora do Santos, que lamenta o pouco tempo de trabalho da ex-treinadora.

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“Acredito que a Emily foi demitida porque ela gostava das coisas corretas e brigava pela a modalidade dentro da CBF, ela lutava por nós. A CBF não gosta de ninguém que bata de frente, da mesma forma isso aconteceu com o Renê Simões”, falou Andreia à CLAUDIA. “Talvez também pelo fato de ser mulher, a primeira mulher na seleção brasileira em 30 anos desde que a modalidade começou a disputar jogos e campeonatos oficiais”, conjectura a zagueira.

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Prioridade ao futebol feminino

Com o ciclo de Emily quebrado, quem reassume o cargo é o técnico Oswaldo Fumeiro Alvarez, o Vadão. O treinador é velho conhecido da seleção. Ele treinou a equipe entre abril de 2014 e novembro de 2016 – quando foi demitido por decisão do presidente da CBF Marco Polo Del Nero.

O retorno do técnico junto a antiga comissão provocou questionamentos. “Agora, volta uma comissão que já teve oportunidade. Ficamos sem entender o porquê, então, de não dar mais tempo para a comissão de Emily”, indagou Rosana. “Todas as outras comissões que passaram [pela seleção] tiveram um tempo muito grande de trabalho. Tiveram um ciclo todo. Essa sequer teve oportunidade. Por que era mulher?“, pergunta Cristiane em seu vídeo.

Para Rosana, é importante lembrar que o futebol feminino como um todo precisa ser pensado e priorizado por aqueles que o comandam. “A seleção passa, as pessoas que a compõe passam, o que não passa é a modalidade.”

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