Na hora de dar comida para seu pet, sempre bate aquela dúvida: mas o que posso dar além da ração? Muitos donos tem optado pela alimentação natural para os bichinhos, uma dieta rica em carnes, vegetais e fibras, sem o uso de industrializados.
Na teoria, essa corrente da alimentação tem uma relação próxima com as origens dos bichos. Busca-se a essência das espécies de cães e gatos, quando eles ainda estavam livres na natureza. Mas é claro que hoje, o animal foi se adaptando ao universo do homem. “Nossos cães domésticos não são mais tão parecidos com os canídeos silvestres. Seria praticamente impossível reproduzir em casa a dieta natural com todos os elementos que um silvestre comeria na natureza”, alerta o professor doutor José Fernando Ibañez, da Universidade Federal do Paraná.
Apesar dos benefícios na hora de optar por esse estilo de vida, a atenção para os alimentos que entram nessa rotina deve ser redobrada – e, principalmente, acompanhada por um profissional capacitado. E esta prática também requer alguns cuidados. “O gato, por exemplo, além destes componentes, precisa de taurina, uma substância essencial para ele. E é uma necessidade diária que previne doenças e possui ação antioxidante. É uma substância difícil de comprar para preparar em casa”, explica o nutricionista veterinário e professor Dr. Yves Miceli de Carvalho.
Veja alguns exemplos da alimentação natural:
Crua com ossos
Arriscada. O principal benefício deste tipo seria a fonte extra de cálcio, importante para a saúde dos ossos do animal. No entanto, existe o perigo de o osso lascar ou criar pontas que ferem o trato digestório. Além disso, há o risco de contaminação da carne crua, como infecção e a disseminação das doenças, por existir uma dificuldade de higiene.
Crua sem ossos
“A comida sem cozimento tem preservada sua estrutura, ou seja, alguns microelementos, proteínas e vitaminas mantêm sua estrutura alimentar original”, explica o José Fernando Ibañez.
Cozida
“A comida cozida permite armazenamento por mais tempo e é mais fácil de ser manuseada”. Porém, o cozimento pode alterar a estrutura e o valor nutricional de alguns alimentos, modificando-os.
Mas afinal, o que eles não podem comer?
Mesmo que você alimente o seu bichinho com a ração tradicional, não é tudo que nós comemos que também podem fazer parte do cardápio deles. Deve-se evitar açúcar e farinhas, além de gorduras e frituras. Embutidos também não são boa opção.
Chocolate
Existe um componente no cacau que o animal não consegue metabolizar, por isso, é bom evitar dar qualquer quantidade para eles.
Açúcares em geral
A capacidade digestiva de cães e gatos são limitadas para alguns tipos de açúcares que eles não conseguem metabolizar. Isso pode gerar transtornos digestivos que podem até ser grave.
Uva
A fruta tem alta concentração de açúcar, que é responsável por uma fermentação – e isso pode ter efeitos maléficos no sistema digestórios dos bichos.
Como calcular a quantidade de cada alimento para o animal?
Para cada animal, raça e tamanho, uma quantidade diferente é indicada. “Existem tabelas de necessidades calóricas para as diferentes conformações e aptidões do animal, bem como para as diferentes faixas etárias”, ressalta o doutor José Fernandes.
Dá para misturar ração e comida?
É melhor manter dietas diferentes para cada animal.
Ao adicionar alimentos à ração há um desequilíbrio nas composições e proporções de nutrientes e a absorção pode ficar prejudicada. Se a dieta é natural, só natural; se ração, só ração.