Como introduzir a meditação no dia a dia das crianças
E melhorar o sono, a agressividade e a forma como elas encaram a frustração, o medo e a raiva.
A meditação é uma prática que o mundo ganhou de tradições culturais e filosóficas do oriente. Por meio dela, conseguimos nos olhar por dentro e nos conhecer melhor. E o autoconhecimento nos dá a oportunidade de entender e reagir de forma mais positiva às situações que nos afetam no dia a dia. “Passamos a lidar melhor com o estresse, a ansiedade, os medos e a pressão. Gerenciamos melhor nossas ações e emoções”, afirma a professora de yoga Cassia Parmeggiani, especializada em Hatha e Vinyasa Flow.
Criadora do Pequenos Yogis, projeto que tem como objetivo ajudar a difundir os benefícios do yoga para crianças e jovens e do yoga na educação, Cassia nos explicou tudo sobre a meditação para crianças. Você está pensando em incluir na rotina dos pequenos? Então vem com a gente!
Dinâmica infantil durante a meditação
O primeiro ponto a se observar é que a meditação para crianças, assim como a yoga infantil, não funciona como estamos acostumados e ver com os adultos. Não tem aquele silêncio enorme, interrompido apenas por suaves instruções da professora.
Longe disso: Cassia conta que, para envolver as crianças e as manter focadas, quem conduz a meditação infantil deve lançar mão de elementos lúdicos. As práticas começam curtas – tudo bem se nos primeiros dias durar apenas dois minutos – e vão aumentado à medida que os pequenos alunos se familiarizem.
E nada de termos técnicos. “Devemos utilizar uma linguagem bem simples, para que eles compreendam melhor e tenham uma conexão mais profunda”, orienta.
Técnicas para facilitar a meditação das crianças
Cassia ressalta que a meditação é individual e deve respeitar o nível de desenvolvimento da criança. “Depois dos dois anos conseguimos trabalhar com eles. Com bebês, acompanhar os pais não necessariamente significa que eles estejam praticando”, afirma a professora.
Uma boa técnica para introduzir a meditação na vida de uma criança é estimulando-a a observar a natureza em um passeio pelo parque, porque “é muito difícil fazermos práticas que demandem foco, concentração e quietude”, justifica.
Outras táticas sugeridas por Cassia são:
– brincar com uma ampulheta e acompanhar calmamente a areia caindo;
– colorir mandalas;
– colocar o bichinho de pelúcia favorito sobre o peito e observar como ele se movimenta em relação à respiração.
“Tudo isso é meditação”, aponta a especialista.
A partir de que idade a criança pode meditar?
Isso depende da relação da família com a meditação.
Se os pais já meditam no dia a dia, as crianças tendem a achar que se trata de uma atividade tão corriqueira quanto ver TV, por exemplo. Neste caso, elas podem ser incluídas na meditação bem cedo, por volta dos 2 anos, por meio de brincadeiras.
Mas, caso os filhos tenham sido escolhidos pelos pais para iniciar a tradição na família, as escolas costumam aceitar alunos a partir de 3 anos de idade.
Os benefícios da meditação para as crianças
Assim como os adultos, as crianças conseguem combater o estresse e aliviar a ansiedade por meio da meditação. Também apresentam melhora do sono, redução da agressividade e redução de sintomas de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), de acordo com Cassia.
O rendimento escolar e as interações sociais ganham muito, pois crianças que meditam aprimoram o foco, a concentração e a memória.
“Além disso, a meditação as ajuda a lidar com sentimentos como frustração, medo e raiva, muito comuns durante a infância, e levam isso para outras situações da vida”, observa. Resultado: crianças mais calmas, equilibradas e que se relacionam melhor com o mundo ao seu redor. Todos saem ganhando!