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O ranking anual produzido pelo Fórum Econômico Mundial, que avalia as oportunidades para homens e mulheres em 142 países do mundo, colocou o Brasil na 71ª posição – nove abaixo da classificação de 2013, quando ocupava o 62º lugar. A organização avaliou as diferenças entre os gêneros – em pontos como salário e oportunidades – nas áreas saúde, educação, economia e política, classificando-as em índices de 0 (maior desigualdade) a 1 (menor desigualdade). Para isso, foram observadas quatro variáveis: participação econômica e oportunidades (inclui salário e liderança); desempenho educacional (acesso aos níveis básico e superior de educação); saúde (expectativa de vida e taxa de natalidade por sexo) e “empoderamento” político (representação de homens e mulheres nas instituições nacionais decisivas).
O Brasil perdeu posições especialmente nos índices que calculam a participação feminina na economia e na política nacional. Isso mostra que a atuação das mulheres na política deixa o Brasil no 74º lugar. E ainda, se levado em conta apenas os cargos parlamentares, o país cai para o fim da tabela, ocupando a 123ª posição – apenas 9,5% dos representantes no Congresso em Brasília são mulheres.
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“Mas deve-se lembrar que antigamente as mulheres participavam da política por questões de ligação patriarcal. Hoje, elas se envolvem porque querem, têm interesse”, ressalta a socióloga e historiadora Rosana Schwartz, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Já a questão de salários e oportunidades no mercado de trabalho foi a mais desigual, coloca o país no 81º lugar. O que significa que a atuação feminina em cargos de liderança é quase metade da masculina. Mas, os especialistas afirmaram que nenhum país no mundo alcançou a “plena igualdade de gênero”.
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As cinco primeiras posições do ranking são ocupadas por países nórdicos: Islândia é o país com mais igualdade. De acordo com o relatório, vai levar 81 anos para a diferença de gênero em todo o mundo ser superada, se o progresso mantiver o ritmo atual. “O relatório continua a destacar a forte correlação entre a diferença de gênero de um país e seu desempenho econômico”, escreveram eles”.
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“O ponto chave é que nossa sociedade aboliu a escravidão muito tardiamente, então tivemos aquele modo de elite oligarquica patriarcal por muito tempo. Estamos sim atrasados. Ainda temos problema com equidade de gêneros, as mulheres não têm o mesmo salário que os homens nas empresas – mesmo com isso na Constituição. Se uma mulher vai parar em um posto de trabalho onde tem uma rotina exaustiva e ainda não recebe o mesmo que o colega do sexo masculino, há desestímulo”, afirma Rosana.