A adoção de pets está cada vez mais popular no país: só no Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ-SP), a procura cresceu 21% em 2014. O gesto é bonito, sem dúvida, mas implica responsabilidades que devem ser consideradas previamente. “A pessoa precisa avaliar se tem tempo e disponibilidade para cuidar de um bichinho que pode viver 20 anos”, alerta Sílvia Regina Lucas, veterinária e professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). Hoje, uma série de instituições e ONGs facilita o processo e entrega cães e gatos já castrados e vacinados. Antes de tomar a decisão, procure conversar com especialistas e pensar nas mudanças que devem ser feitas na rotina e em casa. Guie-se pelas perguntas a seguir:
Você tem tempo para o animal?
Os cães precisam passear ao menos uma vez por dia. Além de ser um exercício, é um momento de interação com o dono. Outras atividades exigem dedicação, como brincar, escovar o pelo e limpar a área em que ele fica. “Por serem mais independentes, os gatos são uma opção adequada para quem vive em lugares pequenos e tem menos tempo disponível”, diz Sílvia. Ela reforça, porém, que felinos também carecem de atenção e afeto.
Quanto está disposta a gastar?
“Tanto para cães quanto para gatos, os custos mensais podem variar de 100 a 500 reais, dependendo da espécie e do tamanho do animal”, observa Fernando Hosomi, veterinário do CCZ-SP. Nessa previsão estão os gastos com banho e tosa, ração, consulta veterinária e vacinações usuais.
Onde vai deixá-lo quando viajar?
Se você fica longe de casa com frequência e não pode levar seu pet, repense a adoção. Ele não deve ficar sozinho: você terá que pedir a um amigo para abrigá-lo ou pagar um hotel, o que aumenta o custo médio mensal. Já tem outro pet? Saiba que o primeiro pode estranhar a nova situação. Por se sentir dono do pedaço, há riscos de sentir ciúmes e até de ficar doente. A adaptação demanda paciência e treinamento.
Sua casa está preparada?
Proteja janelas e sacadas com redes ou grades. “Esconda fios elétricos, linhas e objetos pequenos que possam ser engolidos. Procure descobrir se alguma das suas plantas é tóxica para o pet”, ensina Hosomi. Lembre-se: é essencial ter um espaço adequado para o porte do animal.