A intimidade de Zibia Gasparetto
Aos 81 anos, com mais de 7,5 milhões de livros vendidos, a espiritualista rejeita qualquer rótulo religioso e acredita que cada um é agente da própria felicidade
Zíbia Gasparetto já chegou a psicografar
três livros por dia
Foto: Karine Basílio
A espiritualista Zibia Gasparetto é um fenômeno! Viúva e mãe de quatro filhos tem oito netos e dois bisnetos. Suas obras psicografadas, 25 romances e seis livros de crônicas, freqüentam constantemente as listas dos dez mais vendidos do país. Um deles, “Onde está Teresa?”, Editora Vida e Consciência, lançado no final de 2007, segue o mesmo caminho dos outros ao se tornar best seller. Com a entidade Lucius, responsável pela maioria de suas obras, ela segue em sua missão, sem sentir o peso da idade e com disposição para psicografar e administrar a editora Vida e Consciência. Em entrevista exclusiva à Viva!, Zibia fala sobre religião, espíritos e como começou a psicografar.
Quando se descobriu médium?
Já estava casada há alguns anos, tinha dois filhos e acordei com o corpo formigando. Andei pela casa falando em alemão, língua que desconhecia. Estava consciente, mas não podia intervir no processo. Meu marido, apavorado, chamou a vizinha. Ela fez uma oração e voltei ao normal. A partir daí, ele começou a freqüentar as reuniões da Federação Espírita. Em princípio, eu não podia ir porque não tinha com quem deixar as crianças.
Como percebeu que os espíritos queriam que psicografasse suas obras?
Minha mão começou a formigar e a doer. Meu marido colocou um papel na minha frente e um lápis em minha mão. Comecei a escrever.
A senhora já escreveu alguma obra não-psicografada?
O Walcyr Carrasco, autor global, me pediu para escrever uma coluna. Dessa vez, os espíritos disseram que eu deveria fazer sozinha, que não escreveriam por mim. Depois de alguns anos, as crônicas deram origem a um livro. Cheguei a ser campeã de cartas na época. Naquela coluna, eu falava sobre mediunidade, problemas pessoais…
O início com os espíritos foi difícil?
No começo, precisei entender o que eles queriam. Com o tempo, a mão parou de doer e de ficar gelada. Escrevia três livros por dia. Hoje, escrevo de segunda a quarta, mas a carga horária varia. Quando estou bem e leve, escrevo bastante. Quando pára, não adianta querer, porque eles não continuam. Escrevo, no mínimo, uma hora e, no máximo, três.