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8 mulheres fabulosas que fizeram história nas Olimpíadas

Essas atletas superaram preconceito e muita, mas muita dificuldade para chegarem lá.

Por Giovana Feix
Atualizado em 12 abr 2024, 15h00 - Publicado em 21 ago 2016, 07h00
Getty Images (/)
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Se é verdade que as mulheres deram um verdadeiro show nas Olimpíadas desse ano, isso se deve ao esforço das atletas que vieram antes delas. Assim como na vida como um todo, o percurso feminino dentro do esporte é bastante complicado. No caso dessas moças aqui, isso só foi um estímulo a mais para arrasar.

1. Madge Syers

Em 1902, Madge Syers percebeu que, apesar de nunca mulheres terem competido no Campeonato Mundial de Patinação no Gelo, nada no regulamento proibia explicitamente a participação delas. Inscreveu-se e, competindo diretamente contra homens, já de primeira ela ganhou a prata. Nada mau, né? Seis anos depois, em 1908, ela participou também da primeira edição das Olimpíadas que incluíram seu esporte, a patinação. Até aí, Madge já tinha vencido duas vezes o Campeonato Mundial (as duas na recém-inaugurada categoria feminina). Nos Jogos Olímpicos, ganhou o outro na categoria feminina individual, e o bronze patinando junto ao marido, Edgar Syers, técnico e também atleta.

2. Fanny Durack

Hulton Archive/Freelancer/Getty Images
Hulton Archive/Freelancer/Getty Images ()

Australiana, ela foi a primeira nadadora a ganhar o ouro olímpico. Na época em que ela competiu, no começo do século 20, não era permitido que homens (nem mesmo pais ou irmãos de atletas) assistissem às competições das nadadoras, já que os trajes de banho deixavam muito à mostra. Nas Olimpíadas de 1912 – em que, por conta dessa “vergonha”, os Estados Unidos nem sequer enviaram nadadoras -, Fanny se tornou a primeira mulher a receber o ouro olímpico em uma prova de natação. Ela foi também o único ouro em esporte individual da Austrália naquelas Olimpíadas. Ela era rebelde e independente. Na foto ela é a da direita, ao lado da também nadadora (e também australiana) Mina Wylie.

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3. Lis Hartel

Terry Fincher/Freelancer/Getty Images
Terry Fincher/Freelancer/Getty Images ()

A dinamarquesa Lis Hartel ficou paraplégica quando, em 1944, contraiu poliomielite. Ao longo do tempo, conseguiu recuperar parte de seus movimentos, ficando paralisada somente abaixo dos joelhos. Mesmo assim, se destacou em âmbito internacional por seu desempenho no Adestramento, uma modalidade de Hipismo. Participou de campeonatos Escandinavos e de dois Jogos Olímpicos – um em 1952 e o outro em 1956. Apesar das dificuldades, pasme: Lis conseguiu a prata nas duas participações – em que competiu, diga-se de passagem, diretamente contra homens.

4. Jujie Luan

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Foi principalmente depois de seu desempenho no Campeonato Mundial de Juniores de 1977 que a esgrimista Jujie Luan se tornou uma celebridade na China. Em uma disputa, ferida por sua oponente, ela decidiu continuar lutando até o fim: e acabou levando a prata. Nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, ela ganhou o ouro. Mas foi muito depois de tudo isso, em 2008, que ela realmente deixou o mundo de queixo caído: Jujie já tinha se mudado para o Canadá havia pouco menos de 20 anos e se naturalizado canadense, quando soube que a China sediaria os Jogos Olímpicos daquele ano. A partir disso, fez de tudo para conseguir participar. Detalhe: ela estava com 50 anos. Jujie conseguiu se classificar, apesar de não ganhar nenhuma medalha.

5. Alice Coachman

Jeff Zelevansky/Freelancer/Getty Images
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Alice foi a primeira mulher negra da história a ganhar o ouro olímpico, em 1948. Sua modalidade era o salto em altura – que, durante a juventude, ela treinou descalça, usando cordas e bastões. Desde criança ela corria e jogava beisebol com os meninos – deixando o pai preocupado por sua falta de feminilidade. Ela quebrou paradigmas, portanto, de gênero e de raça: quando voltou aos EUA depois do ouro, foi homenageada em uma cerimônia em que brancos e negros não puderam sentar lado a lado.

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6. Debi Thomas

Hulton Archive/Equipa/Getty Images
Hulton Archive/Equipa/Getty Images ()

Ela foi a primeira patinadora artística a não usar saias para competir em uma Olimpíada, em 1988. Além de controvérsia, sua ousadia causou também a criação de uma regra oficial, obrigando mulheres a usar saias nas competições. Isso só foi cair em 2004, quando passou a ser possível às patinadoras escolher entre saias, calças ou macacões. Até hoje, para os homens as vestimentas seguem bastante restritas: eles devem usar calças sempre. Há quem diga que a regra vem para evitar que o tecido fique muito justo na área pélvica – para que as competições sejam “apropriadas” o suficiente para a presença de famílias na plateia.

7. Yusra Mardini

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Alexander Hassenstein/Equipa/Getty Images
Alexander Hassenstein/Equipa/Getty Images ()

Se você acompanhou essa Olimpíada, é difícil que ainda não tenha ficado sabendo da história de Yusra Mardini. Sempre vale, no entanto, recapitular – o percurso da garota, afinal de contas, é realmente inacreditável. Com 19 anos, Yusra fugiu da guerra da Síria em um barco junto de 20 pessoas, dentre elas sua irmã. Diante de um problema técnico no motor em meio ao Mar Mediterrâneo, as duas encontraram um jeito de salvar a si e aos outros refugiados: nadando, elas puxaram a embarcação por mais de três horas, até que eles atingissem uma ilha grega. O pai de Yusra é professor de natação, e ela nadou desde os três anos de idade. Nos Jogos de 2016, competiu na delegação dos refugiados.

8. Zahra Nemati

Quinn Rooney/Equipa/Getty Images
Quinn Rooney/Equipa/Getty Images ()

Zahta Nemati é uma atleta olímpica e paralímpica do Irã. Apesar de já ter sido faixa preta de taekwondo, é em outra modalidade que compete, hoje em dia: no tiro com arco. Isso porque, aos 19 anos, ela perdeu em um acidente de carro o movimento das pernas. Sua vontade de ser atleta, no entanto, permaneceu intacta. Nos Jogos de 2012, em Londres, ela ganhou o ouro paralímpico – e foi a primeira mulher iraniana, seja em Jogos Paralímpicos ou Olímpicos, a realizar o feito. Ela foi porta-bandeira de seu país na cerimônia de abertura do Rio – também sendo a primeira iraniana na função.

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