4 destinos de natureza para passar as férias em família no Brasil
Desvendar com os filhos a diversidade das paisagens naturais de norte a sul do país pode se transformar em um passeio inesquecível para a família toda
Os quatro destinos retratados a seguir têm cavernas, cachoeiras e animais exóticos em abundância. Por isso, em um primeiro momento, podem parecer inóspitos para crianças. Mas as famílias que já desvendaram esses roteiros em viagens de férias garantem: não faltam diversão, aprendizado e conexão entre pais e filhos.
Essa pode, inclusive, ser a oportunidade perfeita para deixar de lado os eletrônicos e descobrir diferentes paisagens, experimentar novas comidas e conhecer outras culturas. E não pense que, só pelo fato de os lugares serem mais afastados dos centros, o desconforto é regra. Há comodidade também no meio de tanta natureza!
Lençóis, Maranhão
A psicóloga Rosane Barreto, 51 anos, sonhava em fazer uma longa viagem de carro pelo Brasil com o marido e os filhos, Hannah, 12 anos, e Pedro Antônio, 8. Saindo de Recife, eles cruzaram a Região Nordeste até o Maranhão em 12 dias. Só no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, passaram quatro dias. “Com as crianças, vale acompanhar o imperdível pôr do sol nas dunas e passear de barco pelo Rio Preguiças”, diz.
Para ver as lagoas cheias, a recomendação é ir de maio a setembro – no site do parque, há atualização frequente do volume de água na região. Como somente os automóveis 4×4 dão conta de circular por ali, o ideal é contratar uma agência local. “Não se preocupe em agendar com antecedência. Isso é facilmente resolvido na hora”, explica ela.
Petar, São Paulo
No Réveillon de 2016, a administradora Paula Oliveira, 39 anos, organizou uma viagem com quatro gerações da família para o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, o Petar, no sul de São Paulo. “Eu ia com meus pais quando era adolescente e dessa vez voltamos com meus filhos e avós”, lembra.
O Petar tem 350 cavernas, mas apenas 12 estão abertas para visitação. Além delas, há cachoeiras, trilhas e rios, uma comunidade quilombola, sítios arqueológicos e locais para prática de esportes radicais, como rapel. A maioria dos passeios precisa ser feita com monitores credenciados.
Como o grupo de Paula tinha crianças com apenas 2 anos e os avós de 87, o roteiro escolhido foi mais leve. “Ficamos no núcleo Santana e visitamos a Caverna do Diabo, que tem corrimãos e escadas”, conta. Ela recomenda carregar sempre brinquedos e uma troca de roupa para os pequenos mais um kit de primeiros socorros. “Para as crianças, é um prato cheio para a imaginação. Brincávamos de encontrar desenhos e formas conhecidas nas rochas”, ressalta.
Bonito e Pantanal, Mato Grosso do Sul
Quando a mexicana Pilar Lanze, 43 anos, e o marido, Heiner, alemão, chegaram ao Brasil, há três anos, combinaram de viajar para o maior número de destinos possível. O desejo era conhecer a variedade de belezas naturais do país. Com os filhos Heiner, 13 anos, e Diego, 11, desbravaram o país de norte a sul.
Em abril, concluíram a lista com Pantanal e Bonito. Ficaram dez dias na região, mas ela avalia que poderiam ter passado menos tempo. “Adorei os mergulhos em Bonito, mas, depois do terceiro dia, os meninos começaram a se sentir entediados.” Por outro lado, adoraram o passeio à Cachoeira Boca da Onça, com trilhas na mata. “Dá uma sensação de aventura”, diverte-se.
Depois, foram para o Pantanal, onde se hospedaram na Pousada Caiman, uma fazenda de 53 mil hectares em Miranda. “Da sacada do quarto, víamos o pântano com jacarés. Foi muito curioso”, conta. Ali mesmo é possível fazer safáris. A família deu sorte e viu uma onça. Mas do que ela se recorda mesmo é da comida: “Não sou chegada em doces, mas não consigo me esquecer do arroz com leite de lá”.
Foz do Iguaçu, Paraná
Em tupi-guarani, Iguaçu significa água grande. Faz sentido: as cataratas, localizadas entre o Paraná e a Argentina, têm vazão média de 1,5 mil metros cúbicos por segundo, chegando a 8,5 mil na cheia (primavera e verão). A engenheira Mariana Freitas ficou tão impressionada quando conheceu o local, ainda na faculdade, que prometeu voltar com a família.
No ano passado, a paulistana de 42 anos levou o marido e os filhos, Luiz Felipe, 15 anos, e Guilherme, 9, na aventura. “Eles ficaram emocionados quando chegamos ao Parque Nacional. A força das águas é algo impossível de imaginar”, conta. No total, foram cinco dias de passeio.
Um guia os levou ao marco da tríplice fronteira, a um tour de um dia na Argentina e a outro no Paraguai. Além disso, conheceram a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Freitas dá um aviso: “Como só é permitida a entrada de pessoas acima de 14 anos, fiquei de fora com o Guilherme”. Para os mais novos, ela recomenda o Parque das Aves, onde se veem animais como o tucano de pertinho.