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Como não perder o controle das finanças

Para finanças mais equilibradas, ainda dá tempo de experimentar práticas como essencialismo, minimalismo e capitalismo consciente

BAIXE O EBOOK 11 nov 2022, 07h30
Controle de finanças: como equilibrar as contas no fim de ano
Controle de finanças: como equilibrar as contas no fim de ano (Getty Images/Getty Images)
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Alerta ligado! O fim do ano chegou, época de sermos bombardeadas por estímulos para gastar dinheiro, muitas vezes além daquilo que de fato necessitamos. É tempo também do risco de estourar o cartão de crédito, queimar a reserva financeira e fazer dívidas. Portanto, mais do que nunca, é hora de trazer para a prática algumas teorias que já vimos aqui e ter critério seletivo para o destino do seu recurso. Estabelecer e adotar, nesse momento, um novo padrão de consumo pode ser uma alternativa para atravessar essa fase e começar um 2023 diferente.

Ter consciência nas decisões de compra também tem impacto direto nas suas finanças pessoais

No livro Essencialismo: A Disciplinada Busca por Menos (Sextante), Greg McKeown traça a mentalidade básica da pessoa essencialista, aquela que consegue eliminar o que não é essencial para ela mesma. Ele estabelece aspectos do viver bem consigo mesmo, trazendo para jogo cuidados com o nosso mais valioso patrimônio, o nosso corpo, envolvendo a saúde física e mental. A narrativa passa por como eliminar as muitas coisas que são triviais (“a liberdade de estabelecer limites”) e como reduzir esforços para as poucas necessidades vitais (“a genialidade da rotina e do foco”).

Como o autor faz questão de ressaltar ao longo do livro, existem muito mais atividades e oportunidades no mundo do que tempo e recursos para investir nelas. “Não basta incluir entre as resoluções de ano novo dizer ‘não’ mais vezes, limpar a caixa de entrada de e-mails ou dominar alguma nova estratégia de administração do tempo. É necessário parar constantemente para se perguntar: estou investindo nas atividades certas?”, questiona. Vale, pelo menos, o exercício da reflexão.

Assim como o essencialista, o estilo minimalista também se popularizou. Ele está relacionado a um indivíduo que se dedicou ao autoconhecimento para concentrar os seus esforços ao mínimo que importa em sua vivência, — levando em consideração sonhos e desejos, vale ressaltar. Qual é a diferença? Na lista do que você considera essencial, corte ainda mais para chegar ao mínimo confortável para o contexto da sua vida.

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O essencialismo e o minimalismo são práticas seletivas e não individualistas. Ambos favorecem você e o planeta, uma vez que a sociedade consome mais do que a Terra é capaz de produzir. Em 2022, o Dia da Sobrecarga da Terra foi registrado em 28 de julho: nesta data o planeta esgotou os recursos que os ecossistemas naturais conseguem renovar ao longo de todo o ano. Isso quer dizer que precisamos de 1,7 Terra para sustentar os padrões atuais de produção e consumo da população mundial. Os dados são da Global Footprint Network.

O movimento do Capitalismo Consciente tem a intenção de mudar o jeito de sermos capitalistas. É polêmico, uma vez que o sistema econômico está historicamente baseado na exploração de recursos naturais e mão de obra e na acumulação de capital nas mãos de poucos. Ainda assim, a proposta é que negócios “possam fazer muito mais do que apenas ganhar dinheiro”, como destaca o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Portanto, a ideia que podemos maximizar aqui é buscar comprar de marcas que promovam resultados positivos na sociedade, no meio ambiente. e/ou diretamente para pessoas e comunidades. Você sabe de onde vem o que você consome? Quem fez aquele produto? Qual é a matéria-prima?

Já há muitos que fazem esses questionamentos. Um estudo da consultoria Nielsen mostrou que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos para reduzir seu impacto no meio ambiente, 58% não compram produtos de empresas que realizam testes em animais e 65% não compram de empresas associadas ao trabalho escravo.

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Independentemente do rótulo, ter consciência nas decisões de compra também tem impacto direto em suas finanças pessoais, uma vez que evita gastos desnecessários e além do orçamento. É viver bem dentro do seu limite e do limite do planeta.

Jornalista economista Paola Carvalho
Paola Carvalho é jornalista especializada em economia e finanças pessoais (|Ilustração: Luiza Paternez/CLAUDIA)

 

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