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Vacina de Oxford é a primeira a ter estudo da fase 3 publicado em revista

Apesar de preliminares, resultados de análises apontam uma eficácia média de 70,4%

Por Da Redação
8 dez 2020, 16h11
frascos de vacina e uma seringa arrumados contra um fundo lilás
 (Thirdman/Pexels)
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Foram publicados pela The Lancet, uma das mais conceituadas publicações científicas do mundo, os resultados preliminares da fase 3 de testes da vacina desenvolvida pela parceria entre a Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca.

Divulgados nesta terça-feira (8), os resultados vão ao encontro do que já havia sido revelado em novembro, sendo esta a primeira vez que dados do tipo são publicados em uma revista científica. A publicação implica que os dados foram revisados e validados por outros cientistas, mas não dá aval para que a vacina já seja usada de imediato na população, o que depende da aprovação dos órgãos reguladores como a Anvisa, no caso do Brasil.

Considerando dados dos ensaios no Reino Unido e no Brasil, a análise determinou que, nos grupos vacinados, a vacina agiu de maneira segura e eficaz, sem internações ou casos graves de Covid-19. Já nos grupos não imunizados, houve dois casos graves e uma morte.

Quando administrada em meia dose e, em um intervalo de pelo menos um mês, uma dose completa, a eficácia foi de 90%. No caso da administração de duas doses completas, a porcentagem foi de 62%. Assim, considerando os dois tipos de dosagem, a eficácia média foi de 70,4%.

Os resultados foram obtidos a partir da análise de dados de 11.636 pessoas vacinadas, das quais 8.895 receberam duas doses completas e 2.741 receberam primeiro a meia dose e em seguida a dose completa. Aproximadamente 88% dos voluntários tinha entre 18 e 55 anos.

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Participantes com 56 anos ou mais não receberam a dose mais eficaz e a própria eficácia neste grupo também não foi avaliada, devendo ser determinada em estudos futuros.

Com isso, surgiram críticas aos cientistas de Oxford, pontuando que a maior eficácia da meia dose seguida de dose completa poderia ter sido alcançada por causa da idade mais jovem dos voluntários, uma vez que pessoas mais novas tendem a responder melhor a vacinas.

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Andrew Pollard, líder do estudo, rebateu as observações, afirmando que as idades foram levadas em conta no momento da análise e que, ao compararem apenas dados de participantes de mesma idade em grupos de dosagens diferentes, a eficácia da dose menor se manteve. Assim, a idade não foi fator de influência no quanto a dose era eficaz.

Durante os testes, também foram observados 131 casos de Covid-19 entre os voluntários, majoritariamente na metade que havia tomado placebos. No grupo que recebeu doses da vacina de Oxford, foram registrados 30 casos da doença.

“Para avaliar a eficácia da vacina, precisamos ter um número suficiente de casos de Covid-19 entre os participantes para indicar que a vacina está protegendo. O recrutamento de idosos começou mais tarde do que em adultos mais jovens. Isso significa que temos que esperar mais tempo para ter dados suficientes para fornecer boas estimativas de eficácia vacinal em subgrupos menores”, disse Merryn Voysey, uma das autoras do estudo, segundo informações do G1.

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Os testes investigaram também a proteção contra infecções assintomáticas do coronavírus, mas, segundo os cientistas, ainda são necessários mais estudos para verificar esse potencial.

Sendo umas das quatro testadas no Brasil, a vacina de Oxford está prevista para ser registrada até o final de fevereiro. Também é nesse período que 30 milhões de doses devem ser entregues em território nacional, com mais 70 milhões chegando até julho. Já no segundo semestre de 2021, a previsão é que mais 110 milhões de doses sejam produzidas.

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