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Saúde feminina: a importância da conscientização contra HPV na fase adulta

Estratégia integrada de vacinação, uso de preservativos e rastreamento precoce é fundamental para reduzir casos de câncer do sistema reprodutivo

Por Abril Branded Content
Atualizado em 12 Maio 2023, 11h33 - Publicado em 12 Maio 2023, 11h24
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 (iStock/Divulgação)
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A cada ano, cerca de 30 000 brasileiros são diagnosticados com algum tipo de tumor que afeta o sistema reprodutivo, como o câncer de colo de útero, vulva, vagina, canal anal, pênis, além de boca e garganta, sendo a maioria deles associada à infecção persistente pelo papilomavírus humano, ou HPV. Apesar de ainda ser cercada de tabus, a infecção pelo HPV é considerada uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns – para se ter ideia, estima-se que por volta de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo da vida.

Toda mulher cresce ouvindo sobre o câncer de colo de útero e a importância dos exames de rotina, como o Papanicolau, para identificar precocemente qualquer lesão que possa evoluir para a doença. E com razão. O câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais incidente em mulheres – sem considerar os tumores de pele não melanoma. Os números acendem um alerta: para o ano de 2023 foram estimados 17 010 novos casos da condição, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 000 mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Apesar de o Papanicolau já fazer parte da rotina de saúde da mulher, a maioria ainda não associa que a prevenção vai muito além do exame preventivo – e inclui vacinação contra o HPV e uso de preservativo, mesmo que o vírus ainda possa ser transmitido com o uso da camisinha.

Vacinação como meio de prevenção

A vacina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) parte fundamental da estratégia de eliminação desse tumor, e a meta da Iniciativa Mundial de Eliminação do Câncer do Colo do Útero é que, até 2030, 90% das meninas de até 15 anos em todo o mundo estejam vacinadas contra o HPV. De acordo com a dra. Marcia Datz Abadi, diretora médica da farmacêutica MSD no Brasil, há diversos subtipos de HPV, sendo o HPV-16 e HPV-18 responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero, e uma das maneiras mais eficazes de evitar a doença é por meio da vacinação.

Hoje, no Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) inclui a vacina disponível – com as doses fornecidas de forma gratuita – para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e adultos imunossuprimidos ou em tratamento para o câncer. Como o próprio nome sugere, o imunizante protege contra quatro diferentes tipos do vírus.

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A OMS recomenda uma abordagem integral para a prevenção e controle do câncer de colo de útero que consiste em um conjunto de ações multidisciplinares, com intervenções que devem ser feitas ao longo da vida. A prevenção primária, por exemplo, começa com a vacinação contra o HPV entre meninas com idade entre 9 e 13 anos, antes de se tornarem sexualmente ativas. 

Sou adulta e não estou contemplada no PNI. Devo me vacinar?

A dra. Marcia Abadi explica que a medida ainda é muito recente. “A vacinação contra o HPV é um avanço significativo no caminho para a erradicação do câncer de colo de útero, mas há uma geração inteira de mulheres, hoje em idade adulta, que não tiveram acesso à vacina quando adolescentes”, aponta.

As mulheres passam por diversos ciclos, em que podem conhecer novos parceiros, estabelecer novas conexões, o que significa que muitas terão contato com o vírus ao longo da vida. Nesse sentido, em 2022, inclusive, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) emitiu um posicionamento recomendando a todos os ginecologistas a indicação da vacinação de mulheres adultas contra o HPV, considerando que, mesmo em pacientes que já apresentaram lesões, o imunizante atua diminuindo em 60% a 80% as chances de recidiva, contribuindo com a meta de erradicação do câncer de colo de útero.

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A dra. Marcia reforça que estudos clínicos mostraram que em mulheres de até 30 anos, mesmo entre aquelas que já trataram lesões causadas pelo HPV, há uma redução do risco de novas lesões ou reinfecções após a vacinação. “Em mulheres de até 45 anos, também observamos benefícios. Sem a cobertura vacinal, essas mulheres seguem expostas ao risco de novas infecções e do desenvolvimento de lesões cancerígenas”, diz.

Vacinação pode salvar até 5 milhões de vidas por ano

O controle do câncer hoje é entendido como um conjunto de ações e cuidado integrado que consiste em intervenções preventivas recomendadas pela OMS: educação sobre práticas sexuais seguras, promoção do uso e fornecimento de preservativos para cidadãos sexualmente ativos e adesão aos exames diagnósticos de rotina de mulheres a partir dos 30 anos de idade, como o Papanicolau e colposcopia, para detectar células anormais ou lesões pré-cancerosas. Além disso, na rede privada está disponível uma nova vacina que protege contra nove sorotipos do papilomavírus humano – HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58.

No Brasil e no mundo, ainda há muito para avançar nas ações de controle do câncer de colo de útero, mas existe a expectativa de que as novas estimativas continuem a exercer o seu papel nesse processo, estimulando a avaliação e o aprimoramento dessas ações para salvar cada vez mais vidas.

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Para mais informações sobre o HPV, acesse www.podeacontecer.com.br

Referências:

1. Eva. Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos. Dia Mundial do Câncer: Câncer de colo do útero, ovário e endométrio respondem por 13% dos casos nas brasileiras. Disponível em: https://eva.org.br/dia-mundial-do-cancer-cancer-de-colo-do-utero-ovario-e-endometrio-respondem-por-13-dos-casos-nas-brasileiras/. Acesso em: 20 de abril de 2023.

2. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Controle do Câncer do Colo de Útero – Incidência. Disponível em:

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https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/incidencia. Acesso em: 20 de abril de 2023.

3. Sociedade Brasileira de Imunizações. PNI anuncia extensão da oferta da vacina contra o HPV para meninos de 9 e 10 anos. Disponível em: https://sbim.org.br/noticias/1730-pni-anuncia-extensao-da-oferta-da-vacina-contra-o-hpv-para-meninos-de-9-e-10-anos. Acesso em: 20 de abril de 2023.

4. Organização Mundial da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. HPV e câncer do colo do útero. Disponível em:

https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 20 de abril de 2023.

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5. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Febrasgo Position Statement. Vacinação contra o HPV na mulher adulta. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/posicionamentos-febrasgo/FPS-N6-Junho-2022-portugues.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2023.

6. World Health Organization. Vaccines and immunization. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/vaccines-and-immunization#tab=tab_1. Acesso em: 20 de abril de 2023.

7. Ministério da Saúde. HPV. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv. Acesso em: 20 de abril de 2023.

8. World Health Organization. Cervical Cancer. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cervical-cancer. Acesso em: 20 de abril de 2023.

9. Sociedade Brasileira de Imunizações. Vacina HPV9. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-hpv9. Acesso em: 20 de abril de 2023.

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