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Saiba como se prevenir das hepatites virais

Às vezes silenciosa, a doença pode causar cirrose e até câncer. Especialistas da Dasa mostram a importância do tratamento multidisciplinar

Por Abril Branded Content
Atualizado em 14 jul 2022, 11h53 - Publicado em 1 jul 2022, 18h10
Dasa
 (Dasa/Divulgação)
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O fígado é um dos órgãos mais importantes do organismo. Atua no armazenamento de minerais e vitaminas, participa da regulagem do volume de sangue, sintetiza uma série de hormônios e proteínas do plasma sanguíneo, armazena e libera glicose e atua, também, como uma espécie de filtro para substâncias potencialmente tóxicas.

Sua relevância é enorme, o que só aumenta a necessidade de conhecer e prevenir doenças que o afetam, como as hepatites, especialmente as do tipo A, B e C. Em 2010, para incentivar a divulgação de informações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a campanha anual Julho Amarelo.

“O fígado é um órgão extremamente importante e pode ser afetado por uma série de agentes que causam a hepatite, que nada mais é do que uma inflamação que varia de uma forma leve a uma falência do órgão, com necessidade de transplante hepático. Essa inflamação pode ser ocasionada por uma série de medicamentos, álcool, doenças metabólicas e autoimunes e principalmente por vírus. É importante saber que existem vírus que classicamente estão relacionados à hepatite: são os vírus da hepatite A, B, C, D e E”, explica a dra. Cristhieni Rodrigues, coordenadora do serviço de controle de infecção hospitalar no Hospital Santa Paula, em São Paulo, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil.

Cristhieni Rodrigues, coordenadora do serviço de controle de infecção hospitalar no Hospital Santa Paula -
Cristhieni Rodrigues, coordenadora do serviço de controle de infecção hospitalar no Hospital Santa Paula – (Dasa/Divulgação)

A, B, C e D

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O mecanismo de transmissão e evolução das hepatites virais varia conforme cada vírus. Os causadores das hepatites A e E são transmitidos pela via fecal-oral, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, especialmente frutos do mar e vegetais. Os sintomas mais importantes são mal-estar, cansaço, olhos amarelos, urina escura, náuseas, vômitos e fezes de coloração esbranquiçada, podendo ou não ocorrer febre. A maneira mais eficaz de prevenção é evitar o consumo de alimentos e bebidas sem procedência conhecida, assim como manter o hábito de lavar as mãos corretamente. “Medidas de higiene e saneamento básico reduzem os riscos de transmissão da doença, assim como a vacinação contra a hepatite A, disponível na rede pública e privada”, informa a dra. Cristhieni.

Já a hepatite B é transmitida pelo sangue, relações sexuais sem proteção ou durante o aleitamento materno, caso a mãe seja portadora do vírus e as medidas de prevenção não sejam adotadas durante o pré-natal. Uma parcela pequena dos pacientes desenvolve a doença aguda, evoluindo com os mesmos sintomas da hepatite A. Após essa fase aguda, a maior parte evoluirá para a cura, e um número menor apresentará a forma crônica, podendo, após vários anos sem tratamento, evoluir para cirrose ou câncer hepático. A prevenção passa pela imunização por meio da vacina e pelo uso de preservativo durante o sexo. “Muitas vezes, o adulto carrega o vírus, mas não manifesta sintomas e pode contaminar seus parceiros”, explica o dr. Henrique Sérgio Moraes Coelho, hepatologista do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, especializado em transplantes hepático e pancreático, incluindo o transplante duplo de pâncreas e rim.

Henrique Sérgio Moraes Coelho, hepatologista do Hospital São Lucas Copacabana -
Henrique Sérgio Moraes Coelho, hepatologista do Hospital São Lucas Copacabana – (Dasa/Divulgação)
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Assintomática, a hepatite C tem como principal meio de contágio o sangue infectado, especialmente via seringas e agulhas, havendo relatos de transmissão sexual. Ela apresenta um alto risco de complicações, já que os sintomas costumam aparecer muitos anos depois, quando a doença já alcançou tamanha gravidade que evoluiu para hepatite crônica. Nesse caso, há o risco das mesmas complicações da hepatite do tipo B, como a cirrose e o câncer de fígado. Segundo a OMS, a hepatite C é responsável por aproximadamente 70% dos transplantes de fígado no mundo.1

“O diagnóstico é feito por exames de sangue e ainda não há vacina disponível para a hepatite C. O tratamento acontece com medicamentos antivirais orais, com chances de cura de 95%. Os pacientes que têm cirrose em decorrência do vírus também são tratados com medicamentos, com possibilidade de cura de até 90%. Já os casos mais graves são elegíveis a transplante”, afirma o dr. Henrique Coelho.

Mais rara, a hepatite D se manifesta em quem já está contaminado pela hepatite B, agravando o quadro.

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Apoio e conscientização

Quando a hepatite evolui para quadros mais graves, é indicado que o paciente recorra a centros de saúde de referência, que possuem equipes multidisciplinares especializadas em tratamento e transplantes. A medicina alcançou a capacidade de realizar transplantes de forma eficiente e segura, mas ainda há espaço para avançar. O Brasil realiza 2 600 transplantes de fígado por ano, mas 10 000 pessoas morrem de cirrose.

Como lembra a dra. Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e consultora de vacinas do Alta Excelência Diagnóstica: “As hepatites virais podem ser a causa de muitas doenças graves, desde cirrose e carcinoma de fígado até insuficiência hepática aguda com necessidade de transplante. A fim de evitar todos esses riscos, é importante que as pessoas tenham consciência da importância da vacinação e de realizar exames de rotina regularmente. A prevenção passa, necessariamente, pela vacinação contra as hepatites A e B, mesmo entre adultos”.

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Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e consultora de vacinas do Alta Excelência Diagnóstica -
Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e consultora de vacinas do Alta Excelência Diagnóstica – (Dasa/Divulgação)

A vacina contra a hepatite A costuma ser aplicada em crianças em duas doses, sendo a primeira com 1 ano de vida e a segunda seis meses depois. Já a imunização contra o tipo B é fornecida com 12 horas de vida, com uma segunda dose com 2 meses e a terceira, com 6 meses de idade.

“Como as vacinas contra as hepatites A e B surgiram nos últimos anos, muitos adultos não foram imunizados quando crianças. A vacina contra a hepatite B, por exemplo, está disponível para todas as idades na rede pública de saúde”, finaliza a dra. Maria Isabel.

  1. https://www.who.int/publications/i/item/9789241550345
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