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Por que as dores aumentam nos dias frios? Saiba como se proteger:

Estudos idealizados pela Universidade de Harvard comprovaram que há relação entre variações de pressão e temperatura com a intensidade de dores crônicas.

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 jun 2017, 00h35 - Publicado em 16 jun 2017, 21h47
 (ThinkStock/Reprodução)
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Pesquisas recentes desenvolvidas pelo centro de manejo de dor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, comprovaram que há uma relação direta entre variações de pressão e temperatura com a frequência e a intensidade de dores crônicas. E essa teoria não é de hoje: há registros de Hipócrates, médico grego que viveu no século V a.C., considerado por muitos como o pai da medicina, sobre “a doença dos ventos úmidos”. Após ouvir diversas vezes queixas de seus pacientes sobre como as dores se tornavam mais latentes devido à ação das baixas temperaturas e umidade, chegou à conclusão que, de fato, havia uma piora significativa no quadro de pessoas que sofriam com dores crônicas.

Cientificamente, sabe-se que os tecidos musculares se contraem em resposta ao estímulo do sistema nervoso para que o nosso organismo consiga se “defender” do frio. Os vasos também se contraem, levando menos sangue às extremidades do corpo, o que acarreta uma diminuição do fluxo sanguíneo nas articulações e, por consequência, a manifestação da dor. “Existem, em várias áreas do nosso corpo, as terminações nervosas que podem ser termorreceptores, isto é, sensíveis ao frio e ao calor e nociceptores, receptores sensoriais da dor, esses últimos captam os estímulos dolorosos“, explica o Dr. Moisés Cohen, ortopedista do Instituto Cohen.

No caso das dores desencadeadas pela inflamação das articulações, ou seja, pacientes que possuem artrite, o frio é um importante agravante. Entretanto, pessoas que não possuem lesão prévia podem desenvolver uma sensibilidade quando submetidas a essas condições. “Isso pode acontecer devido a um fator genético, geralmente, são pessoas que já possuem uma predisposição a possuírem terminações nervosas mais exacerbadas devido à sequência dos seus genes. Geralmente, a maioria dos pacientes que são diagnosticados com a doença são do sexo feminino e possuem mais de 40 anos“, completa o Dr. Moisés: “As causas das dores crônicas nas articulações são muitas e podem ser desencadeadas por infecções, diabetes, até doenças reumatológicas e auto-imunes como lúpus. Pessoas que praticam atividade física com uma maior frequência ou estão acima do peso também devem se atentar para a possibilidade de sobrecarga das articuações.”

As formas indicadas de tratamento no início da doença após a realização do diagnóstico se concentram no alívio dos sintomas através da fisioterapia e de analgésicos. “Quando o desgaste da cartilagem da articulação é muito intenso, o procedimento cirúrgico pode ser indicado. Trata-se da artroscopia, que consiste numa limpeza articular. Neste caso, a articulação é substituída por uma prótese feita de um componente metálico, mas apenas quando o processo degenerativo alcança seu ápice”, conta o ortopedista.

Para quem sofre de dores crônicas, as indicações para enfrentar os dias mais frios são se concentram em formas de aquecer as articulações. “Tomar um banho quente, colocar bolsas de água quente sobre a área dolorida e se agasalhar bem constumam ser medidas que atenuam os sintomas”, indica o médico.

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Dores neuropáticas

As dores neuropáticas também são desencadeadas por algum trauma ou lesão em um nervo periférico e, por isso, se agravam durante os dias frios. São decorrentes de várias doenças ou até mesmo tratamentos, conforme elucida a anestesiologista, Dra. Alexandra Raffaini: “Podem apresentar o problema pacientes que foram submetidos a quimioterapia, radioterapia ou que sofreram um AVC, portadores de doenças do sistema nervoso periférico e central e até mesmo os que desenvolveram um tumor capaz de pressionar determinada estrutura nervosa.

Este tipo de dor é caracterizada por uma fisgada, queimação e choque. “Geralmente é acompanhada de formigamento e alteração de sensibilidade. A força motora também pode sofrer alterações, mas nem sempre acontece. Portanto, é fundamental que, antes do diagnóstico, seja descoberta a causa e a origem da dor, para se estabelecer um tratamento mais eficaz”, conta a médica.

Doenças como o diabetes, o uso contínuo de determinadas medicações e álcool podem ser considerados fatores de risco. As medidas preventivas são difíceis de serem tomadas, afinal, as dores são decorrentes de alguma patologia. “Uma forma de evitar um maior sofrimento em épocas de temperatura mais baixa é através do aquecimento das áreas e a prescrição de analgésicos de maior dosagem. Evitar entrar em contato com água gelada e não se expor ao frio também é indicado. O uso de luvas e meias quentes é extremamente importante, principalmente para aqueles que estão realizando quimioterapia. No caso de pacientes diabéticos, uma das formas de se prevenir é através do controle glicêmico”, finaliza a Dra. Alexandra.

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