Uma nova pesquisa da revista científica JAMA Internal Medicine revelou o intervalo mínimo para uma próxima gestação segura. Com o intuito de garantir a segurança e bem-estar tanto da mãe, como do bebê, é necessário esperar de 12 a 18 meses após o parto, antes de engravidar novamente.
As gestações em intervalos menores podem aumentar em até 8,5% a probabilidade de parto prematuro – que pode trazer uma série de problemas de saúde para o bebê – e em até 1,2% a morte materna.
O estudo, publicado esta segunda, é o primeiro a investigar essa relação entre o intervalo das gestações e a mortalidade materna. Tal descoberta ainda reduz o tempo de espera recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que, atualmente, é de 18 a 24 meses.
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Para Wendy Norman, principal autora do estudo, a nova indicação é positiva para mulheres mais velhas. “As descobertas de um intervalo ideal mais curto são encorajadoras para mulheres com mais de 35 anos que estão planejando suas famílias”, comentou, em comunicado.
Segundo os pesquisadores, um dos motivos para intervalos menores, na maioria dos casos, é a gestação não planejada. Por isso, é necessário garantir o acesso à métodos contraceptivos.
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Nesse sentido, de acordo com Sonia Hernandez-Diaz, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, “se os riscos elevados se devem ao fato de o corpo não ter tempo para se recuperar ou a fatores associados a gestações não planejadas, como a assistência pré-natal inadequada, a recomendação pode ser a mesma: melhorar o acesso à contracepção pós-parto ou abster-se de relações sexuais desprotegidas após o parto”.
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Foram analisados 148.544 nascimentos no Canadá, e o resultado revelou que as mulheres mais jovens (entre 20 e 34 anos) apresentam um risco de 8,5% de parto prematuro para intervalos menores de 12 meses. Enquanto isso, as que respeitaram a recomendação apresentaram risco de 3,7%.
No caso de mulheres acima dos 35 anos, os riscos foram menores. Para espaçamento gestacional abaixo de um ano o índice chegou em 6%, pulando para 3,4% no período de espera maior, de 18 meses.
O nascimento prematuro, quando o bebê vêm ao mundo antes da 37ª semana de gestação, pode trazer inúmeras complicações, desde problemas de sucção e deglutição (que prejudicam a alimentação), até dificuldades para manter o calor do corpo, problemas respiratórios e neurológicos ou autismo e retinopatia (doença visual considerada uma das principais causas de cegueira na infância).
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Ainda que os resultados do estudo sejam importantes e significativos, a escolha dos períodos de espera ainda é um direito da mulher e cabe à ela decidir quanto desejam esperar. Para Mandy Forrester, do Royal College of Midwives, no Reino Unido, independente da decisão, os profissionais de saúde devem tratar essas mães da melhor maneira possível.“O importante é que elas estejam cientes das evidências sobre o intervalo entre os nascimentos e que escolham a partir de informações corretas”, disse Mandy ao The Guardian.
Os pesquisadores ainda explicam que o estudo observou apenas mulheres canadenses e, portanto, não está claro se os resultados se repetem em lugares. Além disso, as causas que levam aos riscos para as mulheres em todas as faixas etárias não foram examinados pela pesquisa.