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Hérnia de disco representa o principal problema ligado à coluna

A doença tem tratamentos alternativos às cirurgias invasivas, como a endoscopia terapêutica

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 ago 2017, 23h23 - Publicado em 1 ago 2017, 18h56
 (Reprodução/Getty Images)
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Grande parte da população já teve o desprazer de sentir dores nas costas pelos mais variados motivos. De acordo com Alexandre Fogaça Cristante, ortopedista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, cirurgião de coluna da Clínica Vertebrae e membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna, estima-se que 80% das pessoas terão essa dor em algum momento da vida. Apenas uma pequena porcentagem, no entanto, diz respeito a algo realmente grave, que precisará de investigação mais aprofundada.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a hérnia de disco representa 90% dos problemas ligados à coluna. Caracterizada como dor recorrente na região lombar, a hérnia discal, como também é chamada, tem mais de 2 milhões de registros por ano somente no Brasil.

A doença é definida como o deslocamento do núcleo gelatinoso de um disco vertebral por uma pequena abertura no invólucro exterior mais rígido. Em alguns casos, a patologia pode ser assintomática, isto é, não apresentar sintomas, o que costuma dificultar o diagnóstico. Em outros, as terminações nervosas próximas ao nervo podem ser comprimidas e ocasionar dores, dormência na região ou até mesmo fraqueza nos braços e nas pernas.

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Para Fogaça, há alguns sinais de alerta que podem significar que o problema na coluna é sério e necessita de tratamento: “Uma dor que começa depois de um trauma ou que está associada a alguma alteração neurológica, como a perda da força ou da sensibilidade. Há casos também em que a dor é muito forte à noite, quando a pessoa está deitada: esse é mais um dos sinais de alerta. Crianças e idosos fazem parte do grupo de risco; então, a atenção deve ser redobrada”.

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O diagnóstico pode ser feito com exames laboratoriais e de imagem, como a ressonância magnética, mas nem todos os casos demandam cirurgia. Na maioria das vezes, o tratamento é feito  com medicamentos e fisioterapia. A intervenção cirúrgica deve ser considerada só como último recurso,  de acordo com a gravidade do deslocamento.

“Um dos fatores determinantes para o desenvolvimento da patologia discal é o genético”, explica Márcio Ramalho da Cunha, neurocirurgião e membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna e da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. A idade de maior recorrência da hérnia de disco compreende a faixa a partir dos 40 anos.

Prevenção e tratamento

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Uma das formas de prevenir o desgaste do disco da coluna é praticar atividades físicas de maneira regular, preferencialmente as que não são de alto impacto. Manter o peso adequado, prestar atenção na postura e evitar esforços radicais também são dicas de prevenção. Para quem tem o problema, uma das técnicas de cirurgia para a coluna elogiada por especialistas da área é a endoscopia terapêutica, que possibilita internação e recuperação mais rápidas e menos dolorosas.

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O ortopedista Márcio Ramalho é um dos cirurgiões familiarizados com a técnica da endoscopia, surgida há pouco mais de uma década. “Além de ter o mínimo de manipulação cirúrgica dos tecidos envolvidos durante o procedimento, o índice de infecção pós-operatória é praticamente nulo, pois o acesso cirúrgico se restringe a uma incisão de apenas 1 centímetro, por meio da qual se insere o endoscópio, possibilitando uma descompressão cirúrgica do segmento lombar com sinais de estreitamento”, conta. “Por se tratar de uma cirurgia minimamente invasiva, é possível uma reabilitação precoce, além de menores taxas de infecção hospitalar, visto que o sangramento é bem inferior quando comparado com outras cirurgias de coluna. Dessa forma, o paciente poderá retornar rapidamente às atividades diárias.”

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A endoscopia terapêutica não deve ser feita em todos os tipos de hérnia, conforme esclarece Alexandre Fogaça: “A recomendação irá depender muito do nível da hérnia e da localização do disco em si. Por exemplo, se o disco estiver muito desgastado e o fragmento dele tiver migrado para localizações muito internas, a endoscopia é contraindicada”.

 

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