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Reposição hormonal na menopausa: tudo o que você precisa saber!

Karina Tafner te prepara com informações sobre o tratamento, como os riscos e benefícios

Por Raíssa Basílio
4 out 2023, 10h13
Guia de Reposição hormonal: tudo o que você precisa saber (MART PRODUCTION/Pexels)
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Muito provavelmente você já ouviu falar sobre a reposição hormonal para aliviar os sintomas da menopausa ou tratar outras condições específicas. Esse é um tratamento que envolve a administração de hormônios e deve ser feito com orientação médica. Karina Tafner, ginecologista parceira de Pantys, esclareceu dúvidas sobre a reposição hormonal, quais são as contraindicações e o que considerar na hora de optar por isso.

Se você está considerando começar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é importante discutir com um profissional. Há benefícios e riscos, e é essencial avaliar o histórico de saúde, pois certas condições médicas, como histórico de câncer de mama, coágulos sanguíneos, doenças hepáticas ou cardiovasculares, podem contraindicar o uso.

Portanto, discuta seu histórico de saúde completo com seu médico. Há outras outras opções de tratamento, como terapias não hormonais, mudanças no estilo de vida e medicamentos alternativos, dependendo dos seus sintomas e necessidades. Vamos entender mais sobre o assunto?

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Reposição hormonal deve ser avaliada por um médico. (Antoni Shkraba/Pexels)

O que é a reposição hormonal na menopausa e como funciona?

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) envolve o uso de estrogênio para tratar sintomas da menopausa em mulheres. Caracterizada pela interrupção dos ciclos menstruais,  ela é confirmada após 12 meses consecutivos sem menstruação devido à diminuição da produção de estrogênio, resultante do esgotamento da reserva ovariana de óvulos.

“As alterações hormonais associadas podem afetar o bem-estar físico, emocional, mental e social da mulher. Os sintomas presentes durante esse período variam substancialmente de pessoa para pessoa, desde leves a graves, afetando as atividades diárias e a qualidade de vida da mulher”, explica Karina.

Quais sintomas são tratados com TRH?

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é frequentemente utilizada para tratar os sintomas mais comuns associados à menopausa. Isso inclui o alívio das ondas de calor e suores noturnos, para os quais a terapia sistêmica com estrogênio é considerada a opção mais eficaz. Além disso, a TRH pode proporcionar alívio dos sintomas geniturinários, como secura vaginal, coceira, queimação e desconforto durante a relação sexual. Além de tratar sintomas, a TRH também é indicada para prevenir a perda óssea e fraturas, protegendo contra a osteoporose.

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Quais os tipos de TRH disponíveis?

“A Terapia Hormonal da menopausa é baseada, essencialmente, na reposição de estrogênio”, explica a médica. A prescrição de estrogênio isolado deve ser reservada exclusivamente para mulheres que não têm mais útero. Para aquelas com útero, o estrogênio deve ser combinado com progesterona para proteger contra a hiperplasia e o câncer de endométrio. Não há benefício terapêutico em prescrever progesterona isoladamente.

“Os estrogênios estão disponíveis na forma de comprimido, adesivo e gel. Esses produtos contêm diferentes tipos de estrogênio (estradiol, estrogênio equino conjugado ou estriol) e todos são eficazes no tratamento dos sintomas da menopausa”, completa a ginecologista.

Em adesivo ou gel, chamados de terapia transdérmica (uma via de administração, caracterizada pela aplicação na pele), são preferíveis para mulheres com níveis elevados de triglicerídeos, hipertensão arterial, dificuldades na absorção de comprimidos e aquelas com maior risco de doença tromboembólica venosa, aponta a médica.

Já o estrogênio vaginal está disponível em forma de cremes ou comprimidos e é recomendado para o tratamento de sintomas relacionados à secura vaginal. Pode ser utilizado isoladamente ou em conjunto com a terapia sistêmica. “A inclusão de testosterona na TRH é uma opção em casos específicos, mas não faz parte do tratamento padrão”, completa.

“Quando houver contraindicações à TRH, tratamentos não hormonais podem ser prescritos para os sintomas da menopausa. A maioria dos tratamentos não hormonais visam a melhoria dos episódios de fogachos e existem também tratamentos não hormonais para a secura vaginal”, explica a profissional.

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Guia de Reposição hormonal: tudo o que você precisa saber
Como todo tratamento, a reposição hormonal não está livre de efeitos colaterais. (Cottonbro Studio/Pexels)

Efeitos colaterais da Terapia de Reposição Hormonal

Com o tratamento, a médica pontua que há uma redução significativa na gravidade e frequência das ondas de calor, em torno de 85% de melhora. Como já citamos, há também melhora na secura vaginal, qualidade do sono e redução do risco de fraturas ósseas após a menopausa. Mas e quanto aos efeitos colaterais? Os mais comuns podem incluir:

  • Sangramento uterino anormal;
  • Retenção de líquidos;
  • Mastalgia (dor nos seios);
  • Dores de cabeça;
  • Mudanças de humor.

Esses efeitos costumam ser de curta duração e podem estar relacionados a forma como o hormônio é administrado. Caso persistam após um breve período de tratamento com TRH, uma mudança na forma de administração pode ser considerada. Vale ressaltar que não há evidência científica que associe a TRH ao ganho de peso em mulheres, frisa a médica.

É fundamental estar ciente de que a TRH também envolve riscos potenciais, como um possível aumento da chance de certas condições médicas. Portanto, a decisão de iniciar ou continuar com a TRH deve ser cuidadosamente considerada em consulta com um médico, levando em consideração os benefícios e riscos individuais de cada paciente. Abaixo, Dra. Karina Tafner explica as principais associações de riscos:

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Câncer de mama

“A TRH pode aumentar o risco de câncer de mama, mas esse aumento é muito baixo: cerca de 5 casos de câncer de mama para cada 1.000 mulheres que utilizam TRH combinada durante 5 anos. O risco aumenta quanto maior o tempo de utilização, e se o início da TRH ocorrer em idades mais avançadas da mulher. Ele cai depois que a TRH for interrompida”, explica a médica. Há pouco ou nenhum aumento no risco de câncer de mama com a TRH realizada apenas com estrogênio, sem a progesterona.

Tromboembolismo Venoso

O tromboembolismo venoso (TEV) é uma condição médica que envolve a formação de coágulos sanguíneos nas veias, geralmente nas pernas. Esses coágulos podem ser perigosos, pois podem se soltar e viajar pela corrente sanguínea, bloqueando o fluxo de sangue em outros órgãos, como os pulmões, resultando em uma condição chamada embolia pulmonar.

“Os comprimidos de TRH podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos mas, ainda assim, o risco é baixo. Os adesivos e gel (estrogênio transdérmico) não aumentam esse risco”, explica a médica.

Benefícios e riscos da reposição com estrogênio vaginal

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Antes de partir para a reposição hormonal, médico e paciente devem avaliar os riscos x benefícios. (Cottonbro Studio/Pexels)

O estrogênio vaginal é usado para tratar a secura vaginal de forma localizada, e seu uso não está associado a um aumento de risco de câncer de mama, coágulos sanguíneos ou outras condições. Devido à baixa dosagem e absorção sistêmica limitada, é considerado seguro para uso prolongado.

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“A relação benefício-risco é favorável apenas para mulheres que iniciam TRH nos primeiros 10 anos após a menopausa e torna-se mais arriscada com o avançar da idade. Estudos mais antigos realizados de forma errônea encontraram diversos riscos potenciais da TRH e fizeram com que muitas pessoas relutassem em utilizá-la ou prescrevê-la. Mas esta visão é agora considerada desatualizada”, completa a médica.

Há contraindicações para as TRH?

Contraindicações para terapias orais ou transdérmicas com base em estrogênio incluem histórico de câncer de mama, câncer de endométrio, trombose venosa profunda (TVP) ou embolia pulmonar (EP), distúrbios de coagulação sanguínea, doença hepática crônica e patologias crônicas não controladas, como hipertensão arterial ou diabetes. No entanto, a médica explica que essas contraindicações não se aplicam às terapias de estrogênio vaginal, conforme recomendado pela Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS).

Com tudo isso em mente, é importante acompanhar sua saúde, com ou sem reposição hormonal. “Os cuidados de saúde preventivos incluem testes de rastreio, como colonoscopia, mamografia e exames laboratoriais. A paciente utilizando TRH deve ser avaliada anualmente”, finaliza a médica.

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