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Grávidas com Covid-19 têm mais risco ter pré-eclâmpsia, revela estudo

Complicação da gravidez, a pré-eclampsia, quando não tratada, pode acarretar a morte da mãe e do bebê. Entenda a relação da doença com a Covid-19

Por Camila Pati
Atualizado em 17 nov 2020, 23h30 - Publicado em 5 nov 2020, 14h30
grávida máscara
 (Kemal Yildirim/Getty Images)
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Um estudo publicado no dia 1 de novembro por pesquisadores brasileiros comprova que mulheres grávidas infectadas pelo novo coronavírus têm mais chances de desenvolverem um quadro de pré-eclâmpsia.

Complicação potencialmente perigosa da gravidez, a pré-eclampsia é caracterizada, sobretudo, por pressão arterial elevada e presença de proteína na urina. Se não for tratada pode acarretar convulsões e, em última instância, a morte da mãe e do bebê. Geralmente a doença resulta em pressão acima de 140/90 mmHg e surge a qualquer momento após a 20ª semana de gravidez. A hipertensão pode desaparecer até 12 semanas pós-parto.

A pesquisa divulgada investigou as alterações moleculares causadas pelo vírus e que estão associadas ao quadro da doença. “As amostras que nós utilizamos são amostras de outros estudos. Fizemos uma varredura nos dados. São amostras clínicas, de pacientes com Covid-19, e também experimentais infectadas pelo Sars-Cov-2”, explica um dos cientistas responsáveis pelo estudo, o professor Walter O. Beys da Silva, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A partir das amostras infectadas pelo novo coronavírus, os pesquisadores fizeram uma espécie de filtragem desses genes impactados pela infecção que foram comparados com amostras não infectadas. Foi  então possível perceber quais genes são alterados pelo vírus e como essa mudança se reflete em condições patológicas em nível molecular.

“O que nós encontramos foi um quadro molecular muito associado à pré-eclâmpsia e, desse quadro específico, encontramos evidências clínicas, ou seja, dados de pacientes que, de fato, desenvolveram a pré-eclâmpsia”, diz Walter.

Isso acontece por que vírus atua no corpo humano a partir de muitos receptores relacionados com o sistema vascular. “Então obviamente que todos esses processos acabam interagindo com o problema da hipertensão”, explica.

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Assim, a conclusão dos cientistas é que a infecção pelo vírus pode causar uma confusão molecular que está associada ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia. “E clinicamente isso está procedendo. Estamos vendo esses casos acontecerem”, diz o professor.

Entre os estudos utilizados como base para a pesquisa molecular, um deles reportou  incidência de pré-eclâmpsia em 15,7% das mulheres com Covid-19. Nas mulheres não infectadas o percentual registrado de desenvolvimento da doença foi de 9,3%.  Os pesquisadores encontraram 14 estudos científicos reportando hipertensão e/ou pré-eclâmpsia associados a infecção pelo novo coronavírus, publicados entre janeiro e setembro deste ano.

Vale ressaltar que a doença também está associada a outros problemas gravíssimos na gestação. “Há casos de aborto, morte de gestantes e parto prematuro”, diz Walter.

Por conta dessas complicações que podem ocorrer devido à infecção pelo novo coronavírus, as gestantes são um grupo de risco que exige um olhar mais atento e cuidado especial, segundo ele. “O mais importante dos nossos dados é ratificar que a escolha de proteção de cada um não é só individual, ela vai também proteger esse grupo que está mais vulnerável”, afirma o pesquisador.

Apesar o relaxamento das restrições de circulação, da diminuição no número de mortes, a pandemia, lembra o cientista, não acabou. “E está longe de acabar”, afirma.

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A pesquisa, publicada pelo Biochimica et Biophysica Actar, foi conduzida pelo professor Walter e também pelos pesquisadores Rafael Lopes da Rosa, Lucélia Santi, Emanuela Fernanda Tureta, Paula Barros Terraciano, Jorge Almeida Guimarães, Eduardo Pandolfi Passos e Markus Berger.

 

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