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Fast Diet: método propõe dois dias de redução drástica de calorias

Moda entre as famosas de Hollywood, a Fast Diet, criada por um médico londrino, determina cinco dias da semana de alimentação normal e dois de redução drástica na quantidade de alimentos ingeridos. Veja prós e contras

Por Bruna Bittencourt
Atualizado em 28 out 2016, 14h40 - Publicado em 19 set 2013, 22h00
Reportagem: Bruna Bittencourt - Edição: MdeMulher
Reportagem: Bruna Bittencourt - Edição: MdeMulher (/)
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Michael Mosley alega ter perdido 9 kg em três meses
Foto: Reprodução CLAUDIA

Gwyneth Paltrow, Jennifer Aniston e Jennifer Lopez já testaram, segundo a imprensa. Publicado neste ano na Europa, o livro The Fast Diet, lançado neste mês com o nome de “A Dieta dos 2 Dias” (Sextante), propõe, para perder excessos, alimentação normal durante cinco dias da semana e a ingestão de apenas 500 calorias (cerca de um quarto do que costumamos consumir) nos outros dois. A redução radical, que se repete periodicamente, é chamada de jejum intermitente pelo autor, o médico londrino Michael Mosley. Ele diz ter testado o método e perdido 9 quilos em três meses. A eficiência, segundo Mosley, pode ser explicada por vários fatores. Um deles: quando exposto a pequenas doses de stress, nosso corpo aciona genes de reparação, o que melhora o desempenho do organismo como um todo. Outro: a baixa ingestão impede picos de insulina, responsáveis por acúmulo de gordura – e evitaria o risco de diabetes e doenças cardíacas. Falamos com experts sobre conceitos dessa dieta, que já é mania, e apontamos prós e contras.
 

Pontos positivos

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É uma forma de repensar a sua alimentação
 
“Ao passar um período sob restrição calórica, você se dá conta de que é capaz de viver comendo muito menos do que imaginava”, afirma o endocrinologista Lucas Tadeu Moura, responsável pelo SpaMed, em Sorocaba (SP). Nos dias do chamado jejum, não há comida proibida, embora Mosley recomende ingerir itens que deem saciedade – acompanhados de chá-verde e água. A prioridade são os alimentos ricos em proteínas, como peixes brancos e laticínios light, e os de baixo índice glicêmico, que evitam picos de insulina (gatilhos da fome), como nozes, sementes, castanhas e leguminosas. Bônus: se passar dias inteiros à base de itens saudáveis, é bem provável que depois você os inclua naturalmente na sua mesa. Ou ao menos reavalie o que anda ingerindo no dia a dia.
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Há perda rápida de peso
 
Por isso mesmo, a Fast Diet pode ser vista como opção de emergência para desinchar e ficar pronta para aquela viagem ou festa que ocorre em uma ou duas semanas. Mosley aponta perda mínima de 500 gramas para cada dia de jejum (1 quilo por semana), mas ressalta que isso varia de pessoa para pessoa. Ver o ponteiro da balança despencar é estimulante e, se ocorre, talvez surja a vontade de adotar o regime por mais tempo. Os especialistas consultados não recomendam. Se a restrição drástica é repetida por períodos prolongados, a perda passa a ser, basicamente, de água e glicogênio, tipo de amido que serve como reserva de energia dos músculos. “Ainda que emagreça rapidamente, não será de forma saudável”, alerta o endocrinologista Mário Carra, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). “Além disso, torna-se mais difícil manter a dieta.” Quanto mais restritivo for um regime, mais desistências tendem a ocorrer.
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A restrição é só por um dia
 
Um ponto a favor do método é que os dois dias da semana de restrição não são consecutivos. Assim, a sensação de que você irá comer pouquinho mas só por hoje (e amanhã tudo voltará ao normal) serve como motivação para não desistir. E há liberdade para a pessoa escolher quando fará os quase jejuns semanais. Mosley optou por segunda e quinta-feira. Do mesmo modo, não há cardápios obrigatórios e a forma de ingerir as 500 calorias também é uma decisão pessoal. Pode ser de uma vez, em uma só refeição, ou aos poucos. O criador da Fast Diet preferiu consumi-las apenas no café da manhã e no jantar.
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Redobre a atenção

 
Não é fácil passar o dia com tão pouco
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Tontura, dor de cabeça e falta de concentração podem acontecer nos dias de redução alimentar. “É difícil, principalmente para quem trabalha e precisa de energia para muitas tarefas”, enfatiza Tais Rossi, nutricionista responsável pelo Spa Sete Voltas, em Itatiba (SP). Lucas Moura reforça que, mesmo que a pessoa resista bem, esse tipo de regime não é apropriado para seguir por conta própria. Os temperos e o modo de preparo dos alimentos, por exemplo, podem influenciar na soma de calorias e um leigo não saberá calcular.
 
Seu corpo tende a estocar gordura
 
“É uma ação natural do organismo procurar se defender de dietas muito radicais”, diz o endocrinologista Márcio Mancini, diretor do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem). A forma como ele faz isso é tentando “segurar” a energia dos alimentos consumidos. Se paramos de comer, como explica o médico, o corpo entende que estamos passando por um período de escassez e é preciso poupar os poucos nutrientes que recebe. Resultado: o que se ingere pode virar estoque de gordura. Isso também está relacionado, avisa Carra, ao aumento nos níveis do hormônio leptina, que age para economizar o número de calorias que o organismo gasta para funcionar. Mosley rebate: “A razão pela qual temos gordura é que ela serve como fonte de energia quando não temos comida. Então, não faz sentido que o corpo tente segurá-la, em vez de queimá-la, ao passarmos por escassez de alimento”, disse. Segundo ele, cerca de 80% a 90% do peso perdido por voluntários que testaram os jejuns intermitentes veio da gordura.
 
Você pode querer compensar a comida
 
É um risco a considerar: quem passa fome em um dia tende a querer comer mais no outro. E talvez não vá atrás só de opções saudáveis – doces tendem a estar entre os primeiros desejos urgentes. “O motivo é a elevação do hormônio grelina, que desperta o apetite”, explica Mancini. E o fato de tudo poder voltar ao normal amanhã não é uma licença para exagerar. “Se você comer muito mais nos dias seguintes ao jejum, não emagrecerá nem obterá benefícios para a saúde”, avisa Mosley. Para Carra, a ideia de reduzir o consumo de calorias (em torno de 3 mil a menos por semana) é válida, embora o mais seguro seja fazer isso de forma gradual, diminuindo a ingestão aos poucos, no dia a dia. Ou seja: bom senso e equilíbrio são sempre essenciais se a proposta é perder peso.
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