Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 11,5 milhões de brasileiros sofrem com depressão, totalizando o maior índice da América Latina. O número é uma parcela incluída entre os mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo que convivem com a doença.
Para encontrar novos tratamentos contra o distúrbio, 200 cientistas se reuniram para descobrir quais são os genes que se conectam mais ao distúrbio. A pesquisa feita pela Psychiatric Genomics Consortium, na Inglaterra, focou em encontrar os fatores genéticos que podem ajudar na descoberta de como a enfermidade surge e, consequentemente, como trilhar caminhos para tratamentos alternativos mais eficazes.
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Com o estudo, os pesquisadores encontraram 44 mutações genéticas comuns que favorecem o risco da doença, sendo 30 delas descobertas inéditas para o homem e que nunca foram relacionadas como causas para a depressão. Estes dados foram contabilizados a partir de dois grupos analisados: um com 135 mil pessoas depressivas e o outro com 345 mil pessoas saudáveis.
O resultado da pesquisa apontou que os genes ligados a depressão estão relacionados ao desenvolvimento dos neurônios nas regiões do cérebro mais ligadas a doença. Outra descoberta foi que muitas dessas mutações estão ligadas ao transtorno bipolar, esquizofrenia e, também, a pessoas acima do peso.
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Além disso, o estudo apontou que tais genes relacionados a doença diminuem a produção de serotonina, hormônio responsável por regular o humor, e sua ausência é o que seria uma das causas para a depressão. Os medicamentos mais comuns (antidepressivos) entram nesta hora para justamente trazer este fluxo de neurotransmissores para o cérebro de volta. Porém, a pesquisa encontrou outros neurotransmissores que sofrerem pela perda de produção e que podem ajudar na criação de novos medicamentos.
A solução para a doença não está só nas mutações genéticas, mas estas podem ser um caminho bastante promissor para a medicina mesmo que de difícil compreensão.“Faltam novos mecanismos que fundamentem a depressão e os distúrbios psiquiátricos”, afirma o Dr. Gerome Breen, um dos pesquisadores. “As novas variações genéticas descobertas têm o potencial de revitalizar o tratamento da depressão, abrindo caminhos para terapias melhores e bem mais eficazes”.
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