9 dúvidas sobre quimioterapia para tratar câncer de mama
Iniciar o tratamento da doença pode trazer à tona diversas questões. Confira o que a Dra. Juliana Pimenta diz sobre algumas delas!
O Outubro Rosa chega todo ano para lembrar que a conscientização da prevenção e do disgnóstico do câncer de mama e o apoio a quem está passando pelo tratamento da doença precisam estar presentes a todo momento.
Por mais que o assunto seja tratado nas mais diversas frentes, há sempre algo novo para se aprender e dúvidas para sanar, principalmente quando se está na fase inicial do câncer.
Leia mais: Essas são as 4 regras de ouro da prevenção do câncer de mama
O tratamento pode nem sempre envolver a quimioterapia, uma vez que a aplicação desse procedimento depende da decisão do especialista, que analisa as características de cada tumor e indivíduo. No entanto, caso o caminho a seguir seja esse, não é preciso se desesperar.
A quimioterapia é um dos potencializadores das chances de cura e pode ser feita antes ou depois da cirurgia de retirada do tumor. No primeiro caso, pode contribuir para a redução das células cancerígenas, o que bloqueia seu aumento. No segundo, não se pode ultrapassar três meses da cirurgia. Independentemente do momento escolhido, a recomendação é iniciar o quanto antes.
Para entender melhor o processo que acontece durante o tratamento da doença, a Dra. Juliana Pimenta, oncologista do Hospital Beneficiência Portuguesa, listou 9 dúvidas que as mulheres geralmente têm ao se falar de quimioterapia.
Leia mais: Câncer de Mama: Como foi a minha vida sem cabelo
O cabelo realmente cai?
A queda de cabelo vai depender bastante do tipo de quimioterapia que a paciente vai receber. No geral, é uma realidade muito presente durante esse período, mas o que a mulher precisa pensar é que a situação vai se normalizar após o término do tratamento. No início, é comum o cabelo voltar a crescer com textura e cor diferentes do que a de costume. Aos poucos, tudo vai voltar ao normal.
Terei náuseas e vômitos o tempo todo?
Atrelado à quimioterapia, são oferecidos tratamentos potentes que ajudam no combate destes sintomas. Não deve ser mais um motivo de preocupação como no passado, hoje as opções para controle desse mal-estar são bem efetivas.
O que posso ou não comer?
Alimentos que são bons para o coração geralmente também são considerados importantes durante o tratamento do câncer. Manter uma dieta equilibrada é essencial nesse período, inclusive pela importância do controle do peso, fundamental para quem está em terapia. Bastante fruta, chá verde, brócolis e legumes em geral são indicados, enquanto se deve evitar excesso de gordura e açúcar, carne vermelha e alimentos industrializados.
Leia mais: Outubro rosa: tudo o que você precisa saber para prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de mama
Posso fazer atividades físicas?
Qualquer tipo de atividade física do gosto da mulher está liberado desde que haja uma permissão do mastologista e do cardiologista. Entretanto, o retorno se dá por meio de caminhadas, atividades e musculação mais moderada. Importante ter atenção ao lado do braço em que foi realizada a cirurgia. A prática de atividade é recomendada também para controle do peso e no combate do reaparecimento do tumor.
O que pode mudar no meu corpo?
Um dos primeiros efeitos da quimioterapia pode ser o ganho de peso, mas que precisa ser evitado. Alteração da unha – mais fracas e quebradiças – e ressecamento da pele, são mudanças comuns durante esse período. Então não é momento para pânico. Também é importante evitar exposição excessiva ao sol, para não causar manchas na pele.
Há alguma restrição quanto ao sexo?
Não existe nenhum tipo de contraindicação para o sexo. O que pode impactar, no entanto, é a questão da libido e disposição, por fatores psicológicos e emocionais. Isso depende muito de cada indivíduo. Dois pontos que merecem atenção da mulher: aumento de infecção urinária e ressecamento vaginal. Por isso, é importante que a mulher converse bastante com o seu parceiro e também com o médico.
Leia mais: Câncer de mama crônico: conheça a histórias de mulheres que vivem com a doença
A quimioterapia afeta minha fertilidade?
Existe, sim, uma possibilidade de a mulher ficar infértil, só que para isso são considerados diversos fatores: idade, histórico da paciente (se já apresentou alguma dificuldade de engravidar), tipo de quimioterapia que está sendo aplicada, entre outros. É muito comum que o médico que esteja acompanhando a paciente a encaminhe para avaliação de um especialista em fertilidade, em que são consideradas alternativas dependendo de cada perfil. Congelamento de óvulo e embrião, comumente, é recomendada.
Preciso me isolar durante o tratamento?
Vida normal que segue. Nenhum paciente deverá se isolar de hábitos comuns. Atividades do dia a dia podem ser realizadas. O que se pede, no entanto, é que sejam evitados lugares com aglomerações de pessoas, como shows, por exemplo. Também se recomenda uma certa restrição com profissionais da saúde dentro do ambiente hospitalar, pois estão mais expostos a vírus e infecções, assim como com pessoas sabidamente com doenças infectocontagiosas.
Posso conviver com animais de estimação?
Se existe qualquer tipo de preocupação em não conviver mais com o pet, não será necessário: isso não precisa e não deve acontecer. É recomendado uma certa restrição em relação a alguns hábitos comportamentais. Por exemplo, evitar de dormir abraçada, dar e receber beijo dos pets. O contato precisa ser dosado em decorrência da imunidade baixa e a possibilidade de contrair infecções.