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Saiba quais doenças são prevenidas com a amamentação

Covid-19, asma, obesidade e diabetes são algumas das tantas enfermidades que o leite materno pode combater 

Por Nathalie Páiva
Atualizado em 5 ago 2021, 13h44 - Publicado em 3 ago 2021, 19h26
amamentação
 (LWA/Dann Tardif/Getty Images)
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Neste mês é celebrado o Agosto Dourado, movimento de incentivo a amamentação garantido pela Lei nº 13.435/2.017, de 12 de abril de 2017. A cor dourada faz uma alusão ao selo de ouro de qualidade que o aleitamento materno deve atingir no país. Ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendem a amentação até os 2 anos ou mais e de forma exclusiva para bebês de até seis meses, o aleitamento ainda carece de uma adesão proporcional ao número de nascimentos.

O déficit é explicado por um conjunto de fatores, como informação e garantia desse direito por meio de políticas públicas. A força-tarefa para mudar esse cenário é urgente, já que por esta forma de alimentação, tanto a lactante como o filho são beneficiados e, principalmente, protegidos.

Prova disso é que a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmam que, por ano, aproximadamente seis milhões de vidas são salvas graças ao aumento das taxas de amamentação exclusiva.

Pensando nisso, a ginecologista e obstetra Carolina Curci explica como o leite materno pode prevenir doenças, como até a Covid-19.

“Pela amamentação, a criança vai receber os anticorpos da mãe. Inclusive temos pesquisas comprovadas que já foram encontrados imunizantes no leite materno contra Covid-19”, explica a especialista.

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O estudo citado pela doutora é referente a uma levantamento do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), publicada na Physiological Reports.

Segundo Carolina, a amamentação pode combater o coronavírus em bebês, além de proteger contra distúrbios gastrointestinais, relacionados ao vírus.

Outras doenças também podem ser precavidas, de acordo com a médica. “Doenças respiratórias, como asma e rinite, infecções, diarreia, podem ter seus riscos diminuídos em bebês que consomem o leite materno. A longo prazo, até diabetes e obesidade entram para a lista de prevenção. Sem falar que melhora o desenvolvimento e as conexões neuronais do bebê”, elenca.

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Covid-19: mães vacinadas produzem leite materno com anticorpos, diz estudo 

Mas os benefícios não são associados apenas à criança. “A mamãe também recebe os efeitos positivos da amamentação, como, por exemplo, a volta do útero ao tamanho dele antes da gestação. A ocitocina é um hormônio que aumenta durante a amamentação e isso faz com que o órgão volte às medidas originais”, destaca. Esse readequação do corpo pode gerar uma cólica no pé da barriga, também conhecido como baixo ventre.

A obstetra ainda aponta que o aleitamento diminui nas mães os riscos de depressão e perda de sangue no pós-parto, diabetes tipo dois, câncer de mama e ovário, que acomete quase 30% das pacientes, síndrome metabólica, doenças cardíacas, pressão alta, artrite e melhora do colesterol.

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Experiência

Priscila Correia, de 37 anos, é mãe de dois meninos, um de três e outro de nove anos. A amamentação foi um momento que não poderia faltar na vida das crianças.

“Tive duas experiências bem tranquilas. Da primeira vez, fiz cursos para me preparar para todas as fases da gravidez e sempre tive certa a decisão de amamentar. A única coisa que senti falta foi da hora dourada [momento que a mãe dá o leito materno à criança assim que nasce] com o meu primeiro filho, que precisou ir direto para a incubadora. Não tivemos essa conexão”, diz Priscila, que também lamenta o desmame precoce aos 11 meses do pequeno.

Com o mais novo, a história foi totalmente diferente por conta da pandemia. Priscila teve que trabalhar de casa e, assim, conseguiu oferecer por mais tempo o leite materno. “Quando vi que os anticorpos da vacina poderiam passar pelo leite da mãe, me senti ainda mais estimulada para prolongar a amamentação e passar essa possível proteção a ele”, explica.

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Em uma pandemia, o pensamento de Priscila é comum, afinal, o nosso instinto busca proteção diante de situações conflituosas. Porém, como observamos, a amamentação é uma proteção natural para diversos riscos que nem sempre pensamos e controlamos.

 

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