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Por que os transplantes de medula óssea estão em risco no Brasil

Interrupção no fornecimento de medicamento utilizado antes das operações preocupa

Por Da Redação
Atualizado em 22 abr 2024, 16h15 - Publicado em 4 jan 2021, 16h00
Garoto com a cabeça raspada olhando pela janela enquanto recebe quimioterapia
 (FatCamera/Getty Images)
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A interrupção do fornecimento de um medicamento pode colocar em risco a realização de inúmeros transplantes de medula óssea no país. Com o nome de Bussulfano, o remédio é utilizado antes das operações, tendo como função destruir as células doentes e preparar o organismo para a chegada das células saudáveis doadas.

Anunciada em novembro pelo laboratório francês Pierre Fabre, responsável pela comercialização do medicamento no Brasil, a interrupção foi justificada pelo encerramento das atividades da única fábrica aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em nota publicada em 17 de dezembro, a Pierre Fabre informou que o estoque atual do medicamento atende os pacientes brasileiros até junho deste ano e que estão “trabalhando com todas as partes, incluindo a Anvisa, para garantir que o Bussulfano continue disponível para os pacientes brasileiros e comunidade médica” após esta data.

Por sua vez, segundo informações divulgadas pelo Jornal Nacional, a Anvisa declarou estar estudando outros meios de favorecer o acesso a medicamentos semelhantes. Já o Ministério da Saúde alegou não ter sido notificado da decisão e que os estoques do remédio no Instituto Nacional do Câncer (Incra) só durarão mais três meses.

“O problema é que o desabastecimento de medicamentos contra câncer é um problema contínuo, que tem quase uma década”, disse Claudio Galvão de Castro Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, ao jornal. “São drogas baratas que acabam desaparecendo no mercado nacional e a gente não consegue importar ou tem muita dificuldade para importar.”

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Diagnosticada com leucemia em 2010, a atriz Drica Moraes passou por um transplante de medula no mesmo ano. O procedimento era a sua única esperança para sobreviver ao câncer e, ainda assim, suas chances eram de apenas 20%. Nas redes sociais, ela se manifestou contra a descontinuação do fornecimento e divulgou uma petição que pode ser assinada aqui.

“É preciso que o Ministério da Saúde e a Anvisa encontrem uma alternativa urgente para esta questão. Enquanto ainda não há uma solução que garanta o abastecimento do Bussulfano no Brasil neste ano, seguimos em busca de espaços para manter nossa pauta ativa”, escreveu.

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