Primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil é confirmado em São Paulo
Homem de 41 anos que viajou à Espanha está em isolamento em hospital da capital paulista. Há, em total, oito casos suspeitos no país
Um homem de 41 que viajou à Espanha é o primeiro caso confirmado no Brasil da varíola dos macacos, conforme informou nesta quarta-feira a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O paciente está em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital paulista. De acordo com nota enviada pela Secretaria, “as amostras do caso ainda estão em análise pelo Instituto Adolfo Lutz” e o paciente “teve início dos sintomas, como febre e mialgia [dor muscular], no dia 28 de maio”.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) informou as autoridades municipais monitoram o estado de saúde de uma mulher de 26 anos, também hospitalizada com suspeita de ter contraído a doença, mas que passa bem. Ela, seus familiares e demais pessoas próximas também estão em isolamento e sendo acompanhadas por equipes municipais de saúde.
Ainda nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que oito casos suspeitos de varíola dos macacos estão sendo investigados em todo o país: Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo têm um caso suspeito cada um, e há ainda dois casos em monitoramento em Rondônia e outros dois em Santa Catarina.
No dia 5 de junho, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que já são 780 casos da doença em todo o mundo, tendo sido registrados em 27 países no intervalo de 13 de maio a 2 de junho. Os números correspondem aos locais onde a doença não é endêmica e, segundo a entidade, não há, de momento, registro de mortes associadas à varíola dos macacos.
Entenda a doença
A varíola dos macacos, uma infecção viral rara, havia sido erradicada nos anos oitenta, até que, em meados de maio, três casos da doença foram confirmados no Reino Unido e, desde então, ela vem se espalhando em outros países.
Apesar de rara, os sintomas da infecção provocada pela doença —conhecida como Monkeypox, em inglês — são mais leves que os da varíola. Comumente, o quadro se inicia como uma gripe, provocando o inchaço dos gânglios linfáticos e, conforme evolui, causa feridas no rosto e no corpo. Na maioria dos casos, os pacientes se recuperam em algumas semanas e o risco de transmissão do vírus é baixo: para contrair a infecção, é necessário ter contato próximo com um indivíduo sintomático.