Vai pular carnaval!
"Carnaval de rua é terapia grátis!", dá a dica nossa editora, Luara Calvi Anic. Os blocos de rua ocuparam as cidades. Vista sua fantasia e aproveite a época mais animada do ano
A primeira vez em que pisei no carnaval carioca eu pensei: “Não acredito que demorei tanto tempo para participar disso!”. São Paulo não tinha carnaval de rua. Não como o Rio de Janeiro. A minha memória mais recente de vestir uma fantasia era de quando eu tinha 7 anos e me enfiaram num figurino de dançarina de cabaré – com uma pena na cabeça.
Se eu tivesse nascido no calor carioca teria sido diferente. O Rio tem velhinhos esbanjando paetês (como esta senhora, que conheci nesse mesmo ano). Tem folião saindo às oito da manhã, com glitter até nas remelas, para seguir um bloco. Há cerca de seis anos São Paulo não rebolava no asfalto, a cidade virava um velório no feriado. Mas isso mudou. Uma pesquisa da SPTrans mostrou que este ano a cidade terá 355 blocos de rua, quase 100 a mais do que o ano passado. Entre eles está o paulistano Tarado Ni Você, que só toca canções de Caetano Veloso. Sábado (6/2), às dez da manhã, a trupe sai da avenida São João com a Ipiranga, marco da canção do músico baiano.
Sim, alguma coisa acontece no carnaval paulistano. E não, Vinicius de Moraes, São Paulo não é o túmulo do samba. A cidade é difícil, o trânsito é do capeta. Mas se já ostentamos a melhor cena noturna do país, também queremos um brilho diurno. Até porque, Carnaval de rua é terapia grátis! E a cidade precisa disso. Veja: mais da metade dos foliões (64%) ouvidos pela SPTrans experimentavam o carnaval pela primeira vez. Tenho certeza que adotarão a festa para sempre. Exatamente como eu fiz naquele meu primeiro carnaval carioca.
Confira aqui o carnaval de rua de quatro capitais.
Luara Calvi Anic é editora de CLAUDIA e dá dicas de cultura semanalmente. Para falar com ela, clique aqui.