“Superficial abraço”, diz defesa de deputado sobre denúncia de assédio
Investigado pelo MP de São Paulo, o episódio de Fernando Cury tocando nos seios da deputada Isa Penna foi registrado por câmeras da ALESP
Nesta segunda-feira (8), Roberto Delmanto Júnior, advogado do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), apresentou a defesa prévia do parlamentar ao Conselho de Ética da Assembleia de São Paulo. No dia 16 de dezembro, as câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo registraram o momento que Cury apalpa os seios da deputada Isa Penna (PSOL).
Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o registro de defesa aponta que o parlamentar não tocou os seios da deputada e solicita que os integrantes do PSOL não façam parte do Conselho que analisará o caso. O acusado afirma que não teve intenção de cometer assédio, descartando que houve “maldade”, “má-fé” e “conotação sexual”, mas sim um “rápido e superficial abraço”.
Já a peça de acusação apresentada pela defesa de Isa Penna considera que Cury praticou importunação sexual no momento que “colocou a sua mão direita sobre a cintura e seio da vítima e a encoxou”.
Ainda sobre os pedidos destinados ao Conselho, a defesa tenta conduzir o modo que a análise deve ser feita, alegando que o julgamento não seja feito só com o ” aspecto objetivo das imagens, mas também, e sobretudo, o aspecto subjetivo da conduta do deputado”, descreve o documento. Além disso, oito mulheres próximas ao deputado foram citadas como possíveis fontes para confirmar o que apontam como ausência de “histórico machista”.
Para Delmanto, os deputados Carlos Gianazzi (PSOL), Erica Malunguinho (PSOL) e Mônica Seixas (PSOL) não poderiam julgar o caso com imparcialidade por terem sido indicados por Isa como testemunhas ao Ministério Público. Vale ressata que Gianazzi é membro efetivo do conselho, entretanto o posto foi transferido para a suplente Erica.
Assim como Cury solicitou que parlamentares do PSOL não participassem da análise, Isa também encaminhou um requerimento ao Conselho de Ética para que Alex de Madureira (PSD), deputado que Fernando conversa antes de assediar a deputada, não integra o colegiado. Os pedidos dos envolvidos podem atrasar a análise de admissibilidade da denúncia, que estava maraca para esta quarta-feira (10).
O caso também é investigado pelo Ministério Público de São Paulo, que começou a ouvir depoimentos de deputados indicados por Isa como testemunhas.