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Ser mãe faz mulher ganhar salário menor do que do homem

A diferença de salários entre homens e mulheres começa a partir dos 30 anos, idade média em que as mulheres se casam e tem filhos, aponta pesquisa

Por Da Redação
Atualizado em 18 Maio 2017, 19h15 - Publicado em 18 Maio 2017, 19h15

Imediatamente ao sair da faculdade, homens e mulheres têm salários bastante semelhantes. As condições mudam quando atinge-se os 30 anos de idade, média em que as mulheres casam e têm filhos. Enquanto as solteiras continuam a receber salários mais próximos dos homens, as casadas ficam para trás. A diferença em relação aos homens com formação semelhante é ampliada quando as mulheres têm filhos, mesmo que mantenham a mesma carga de trabalho remunerado que seus parceiros. As percepções são de dois novos estudos que compõem pesquisa publicada este mês nos Estados Unidos.

Pesquisadoras constataram que nascimento dos filhos atinge sobretudo a carreira de mulheres com ensino superior e em cargos mais altos. No entanto, mulheres casadas sem filhos também são afetadas, pois tendem a desistir de oportunidades de emprego ou mudar de ocupação em favor dos maridos, além dos empregadores tenderem a não lhes oferecer maiores responsabilidades ao entenderem que elas serão mães em breve.

Leia também: Igualdade de gêneros: mulheres ocupam apenas 17% dos cargos de diretoria executiva no Brasil

Além disso, nem todas as mulheres passam a trabalhar menos uma vez que têm filhos, mas, ainda assim, ganham salários menores. Quando voltam ao trabalho, são, proporcionalmente, menos recompensadas por cada hora trabalhada em relação aos homens. Entre mulheres e homens com ensino superior, a diferença de salários chega a 55% quando atingem 45 anos; no caso de pessoas com menor formação, é de 28%. De acordo com o estudo, isso acontece porque os homens dominam os trabalhos mais bem pagos, que exigem alta formação.

As mulheres também têm a tendência de mudar para empregos mais mal remunerados, seja por conta dos filhos seja para acompanhar o marido em uma mudança de posto. Para elas, experiência também profissional rende menos do que para eles. Mulheres também recebem menos promoções – o que representa mais de 70% da motivação para a desigualdade de remuneração, apontam as pesquisadoras. Durante a carreira, entre os 25 e os 45 anos, homens com ensino superior aumentam seus salários em 77%, enquanto mulheres com formação semelhante ampliam os ganhos em 31%.

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As pesquisadoras – Sari Kerr, da Wellesley College; Claudia Goldin, da Universidade de Harvard; Claudia Olivetti, da Boston College; e Erling Barth, do Instituto de Pesquisa Social em Oslo, na Noruega – usaram dados demográficos do censo do ano 2000 em diante e dados trabalhistas de 1995 a 2008, conectando informações de trabalho com dados de casamento, educação e natalidade.

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