Nas lojas de departamento, o setor infanto-juvenil costuma ser dividido em roupas para meninos e para meninas, com cores, estampas e modelagens diferentes para cada grupo. Indo além dos estereótipos de gênero vinculados às cores – rosa para as meninas e azul para os meninos –, há um outro detalhe nessa divisão que, muitas vezes, passa despercebido: as roupas das meninas tendem ser mais curtas e justas do que a dos meninos. Muito mais do que seria necessário.
“Enquanto as roupas dos meninos são feitas para serem confortáveis e utilitárias, as das meninas são criadas para enfatizar ou minimizar suas formas. Leggings coladas, blusas ajustadas e shorts super curtos são a norma”, apontou ao Rachel Simmons, cofundadora da Girls Leadership, uma organização dedicada a empoderar garotas, ao HuffPost Canadá. “Oferecer apenas essas opções envia às garotas a mensagem de que parecer magra é mais importante do que sua liberdade de movimento“.
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Pensando nisso, as marcas canadenses Girls Will Be e Free To Be Kids se dedicam a fazer roupas mais confortáveis para as meninas. “Não acreditamos que as meninas deveriam ter que procurar no setor masculino para encontrar coisas que amem. E mais, nem todas as garotas querem usar aquele estilo largo e despojado que encontram por lá”, comentou Sharon Choksi, da Girls Will Be.
Choksi cria shorts com comprimento maior e mangas mais confortáveis nas camisetas. Sua marca notou que os shorts de meninas costumam ter menos da metade das bermudas masculinas. “Não há razão alguma para tal disparidade de tamanhos”, disse Courtney Hartman, da Free To Be Kids.
No Brasil, algumas marcas – como PUC e Alexandre Herchcovitch – já apostaram em linhas infantis sem distinção de gênero. No entanto, a diferenciação de tamanhos entre peças para meninas e peças para meninos continua sendo padrão na maioria das coleções. Quem acredita que já é a hora de nos inspirarmos no Canadá?
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