Clique e Assine CLAUDIA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

“Quem Manda Aqui Sou Eu”

Ufa! Finalmente um livro diz que mulher não aguenta mais manual para ser mãe e que pode, sim, errar na educação dos filhos

Por Patrícia Zaidan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 abr 2024, 17h30 - Publicado em 8 dez 2015, 16h48
Reprodução
Reprodução (/)
Continua após publicidade

O livro é incendiário. Quem Manda Aqui Sou Eu – Verdades Inconfessáveis Sobre a Maternidade (HarperCollins) bota pra correr todos os conselho que derramam na cabeça de uma mulher quando ela decide engravidar, parir e cuidar da cria. Numa tradução livre, o título quer dizer: “Rasgue os best-sellers de autoajuda. Chega!”

As autoras da façanha são Roberta Monteiro DAlbuquerque, diretora de arte de CLAUDIA, e Maria Flor Calil, jornalista que coordenou CLAUDIA FILHOS e escreve para a revista. Elas estão arrancando dos ombros femininos o que há de pior: a culpa. Culpa por faltar à reunião da escola, amar as férias sem as crianças, mentir algumas vezes para elas, odiar a lição de casa tanto quanto os filhos. Mesmo amando muito, muito, mãe é gente de desejo próprio, tem seu lado de fera e comete deslizes. No prefácio, a atriz Maria Ribeiro vai na lata: “Finalmente alguém resolveu falar a verdade”. Flor arredonda: “A ideia é mostrar o lado B da maternidade”. Para Roberta, “o telhado da mãe não é de vidro, é de cristal, de tão frágil”. E ainda cobram dela tetas fartas e eternas, telhas fortes de quartel-general e o tamanho da Muralha da China.

Ok, temos que ser referência de cidadania, respeito, boa conduta etc etc etc. Mas, reconhecem as autoras, a vida como ela é pode render mais, fazer sentido e contribuir, sem frescuras, com a educação das crianças. Se a mãe é sincera até quando erra, pode, logo depois, corrigir o rumo do rio e deixar tudo bem outra vez. O filho vai entender que o humano não é poste – está mais para uma usina hidrelétrica de emoções. Mãe, então, é o humano em estado exacerbado de todas as emoções. Tudo nela é over. Muita saudade, muito amor, muita preocupação, muita alegria, muito choro, muita realização, muito cuidado com tudo… e muita inveja das solteiras sem filhos.

Com linguagem bem-humorada, páginas coloridas e 150 frases certeiras, o livro provoca catarses e reflexões. Ao mesmo tempo em que trava uma luta política séria (“Levantar de madrugada é tarefa de pai”), presta um serviço “à cansada e descabelada”, como explica Roberta. “Se a mulher der umas boas risadas na licença-maternidade, eu já vou ficar contente”, afirma. A mensagem também “faz companhia e dá acolhimento” – segundo a lista de Flor. “Afinal – diz ela –, a maternidade traz a dúvida, a tripla jornada, o cansaço, a mudança na vida do casal.” E também credencia a cidadã para “se libertar e soltar as verdades entaladas na garganta”. Continua Flor: “O tipo de parto, os limites dados à criança, a alimentação e a escolha da escola só cabem aos pais”. Não são tema aberto para debate, no qual opinam avós, amigos, vizinhos… Vixe, o clima pesou. Nada disso, o livro trata tudo com a maior naturalidade e leveza.

Continua após a publicidade

‘Roubartilho’ e publico, aqui, alguns cards (você vai querer ter o livro, fotografar e postar no seu Insta, eu tenho certeza!) 

Reprodução
Reprodução ()

Reprodução
Reprodução ()

Reprodução
Reprodução ()

As autoras não falam por falar nem querem se tornar baluarte de coisa alguma. Escrevem sobre o que enche as suas rotinas: Rô é mãe de Lara (9 anos) e Sofia (7), Flor tem Teresa (8) e Julieta (7). Ambas admitem que dá pra ser um tanto politicamente incorretas, sim. “Não tem certo e errado, melhor ou pior. Tem o que damos conta de fazer. Se for com amor vai acabar bem”, garante Flor, para o delírio da torcida. Sua parceira complementa: “Até devemos ser politicamente incorretas, se quisermos acertar. A maternidade é um exercício de tentativa e erro, não é?”

E aquela ideia de que os primeiros anos na função são tão estressantes que dão uma ‘brochada’, Roberta combate rápido: “Brocha, nada. Quando você está com o recém-nascido chorando no quarto ao lado e o leite pingando, aí, realmente é lasca! Mas essa fase passa tão rapidinho. Quem era danadinha antes, danadinha se manterá.” Essas duas escritoras valem mais que o descobridor dos 7 mares.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 14,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.