O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, testou positivo para o coronavírus, segundo um vídeo postado em suas redes sociais na manhã 27 de março.
No relato em sua conta no Twitter, Johnson afirma que começou a ter sintomas leves da doença e que por isso foi orientado pelo principal conselheiro médico do Reino Unido, Chris Whitty, a fazer o teste, que acabou confirmando o diagnóstico. “Eu desenvolvi sintomas leves do coronavírus, como febre e uma tosse persistente (…) E o teste deu positivo. Então, estou trabalhando de casa, eu estou isolado. E essa é a coisa certa a se fazer”, afirmou o primeiro-ministro.
De acordo com Johnson, ele continuará a liderar o combate contra a pandemia e manterá o contato com seus conselheiros através de videoconferências. “Não tenha dúvidas de que posso continuar, graças à magia da tecnologia moderna, a me comunicar com a minha principal equipe para liderar a luta nacional contra o coronavírus”, disse.
Boris também agradeceu os esforços de profissionais do sistema público de saúde, policiais e professores no combate à propagação do Covid-19, e pediu que a população permaneça em casa. “Obrigada a todos que estão fazendo o que eu estou fazendo: trabalhando de casa para impedir que o vírus se espalhe de casa em casa. Essa é a maneira que vamos vencer. Nós vamos derrotá-lo juntos. Fique em casa, proteja o NHS (sistema público de saúde do Reino Unido) e salve vidas”, concluiu.
Segundo um porta-voz do governo britânico, Johnson começou a apresentar sintomas na quinta-feira (26/3), um dia depois de ter ido ao Parlamento participar de uma sessão de perguntas e respostas.
A noiva do primeiro-ministro, Carrie Symonds, que está grávida de cinco meses, também deve entrar em isolamento, mas longe de Johnson. Ainda não há informações se ela teria ou não testado positivo para o vírus.
Neste domingo (5), Boris, que estava cumprindo isolamento domiciliar, foi levado ao hospital pela persistência dos sintomas. Ele segue internado para exames.
Pandemia na família real
Johnson não é a primeira autoridade britânica a contrair a doença. No início desta semana, príncipe Charles, filho mais velho da rainha Elizabeth e herdeiro ao trono, também testou positivo para o novo coronavírus. De acordo com o porta-voz da realeza, Charles teve sintomas “brandos” da doença e permanece com “boa saúde”. O príncipe de 71 anos está isolado na casa da família real em Balmoral, de onde vem trabalhando nos últimos dias.
De acordo com o Palácio de Buckingham, a rainha se encontrou pela última vez com Boris Johnson no dia 11 de março, ou seja, há 16 dias, e permanece com boa saúde “estando salva da infecção de Johnson”. Aos 93 anos, a monarca permanece isolada no Castelo de Windsor.
Mudança de tática
Com mais de 11 mil infectados e pelo menos 578 mortes pela doença, o Reino Unido decidiu mudar de tática para tentar conter a pandemia. Até a última semana, o governo tinha como estratégia a “imunização de rebanho”. Ou seja, infectar boa parte da população, o que teoricamente desenvolveria uma imunidade coletiva, protegendo a nação. Mas um estudo matemático apontou que essa estratégia poderia sair do controle ao congestionar o sistema público de saúde, ocasionando mais mortes.
Por isso, na última segunda-feira, o governo britânico passou a adotar medidas de isolamento. Em um pronunciamento oficial, Johnson afirmou que a população só poderia se deslocar para comprar itens essenciais e só poderia ir ao trabalho, se não conseguisse realizá-lo de casa.
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