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Polícia Civil de GO investiga grupos online de incentivo ao suicídio

Em fevereiro deste ano, a morte trágica de um adolescente de 15 anos alertou agentes locais sobre o assunto

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
22 Maio 2018, 13h42 • Atualizado em 16 abr 2024, 11h44
 (Reprodução/ThinkStock)
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  • Dois grupos do Facebook estão sob investigação da Polícia Civil de Goiás, informa reportagem da BBC Brasil desta terça-feira (22). Segundo o veículo, as páginas estão sob análise por possível associação a mortes de adolescentes no estado.

    Em fevereiro deste ano, a morte trágica de um adolescente de 15 anos por enforcamento chamou a atenção da polícia local e serviu de alerta para o início das investigações sobre grupos online de incentivo à prática do suicídio.

    A pena para o indução à prática do suicídio, segundo o Código Penal, é de reclusão de dois a seis anos, caso o ato seja consumado, e de um a três anos, se a tentativa gerar lesão corporal de natureza grave. A sentença pode ser agravada caso seja provado que o motivo tenha sido egoístico e se a vítima for menos de 18 anos ou foi incapaz de se defender.

    Atualmente, uma das páginas não se encontra ativa. A outra, contudo, permanece no ar – apesar de já ter sido temporariamente removida das redes sociais após denúncias contra seu conteúdo.

    De acordo com a investigação, as duas páginas são mantidas pelo mesmo administrador. Juntas reúnem mais de 43 mil membros no Facebook, sendo a que permanece ativa mantém 25,6 membros. Além de Goiás, os grupos também atuam em estados como São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

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    Para atingir o objetivo dos grupos, líderes dos mesmos propõem desafios aos jovens, como invasão de redes sociais e computadores de terceiros, disseminação de fake news e automutilação.

    Se os jovens aceitam a proposta, eles são convidados por participantes das páginas do Facebook a participarem de um terceiro grupo, dessa vez no WhatsApp. “Somente aqueles que recebem um link de convite podem entrar. É mais complicado termos informações sobre esses grupos, porque são fechados”, explicou a delegada Sabrina Leles, da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) de Goiás à BBC.

    Os convites partem, geralmente, por moderadores e administradores dos grupos do Facebook. Um adolescente contou à BBC que os organizadores se tornam íntimos dos participantes e lhes perguntam, nas conversas pelo WhatsApp, sobre questões familiares e relacionamentos amorosos. “Eles pegam nos pontos fracos dos participantes”, detalhou a delegada.

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    Apesar de assemelhar-se com o desafio da Baleia Azul, que tornou-se famoso em 2017 por também incentivar a automutilação e a morte de jovens, esse novo jogo é diferente. “No Baleia Azul, o curador se apossava de informações da vida íntima do adolescente. O jovem era obrigado a participar, mediante ameaça de que seria punido caso não concluísse os desafios. Nos grupos atuais, os adolescentes participam porque, em tese, querem”, lembrou a delegada.

    Suicídio entre jovens ainda é alto

    A investigação que se desenrola em Goiás lembra um dado pertinente sobre um assunto relacionado sobre jovens: o suicídio entre a faixa etária dos 15 aos 29 anos aumentou mais rápido do que os demais segmentos entre 1980 e 2012. Foram 5,6 mortes a cada 100 mil mortes – 20% acima da média nacional – de acordo com a a pesquisa Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil e do Mapa da Violência: os Jovens do Brasil. “O adolescente deve ser acolhido, receber proteção e apoio, e não castigo”, explicou a CLAUDIA Robert Gellert Paris, presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo cvv.org.br.

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