A banda americana Pearl Jam doou 33 333 dólares – um valor estimado de R$120 mil – para o Instituto Bioatlântica (IBIO). Os recursos foram cedidos pelo grupo para serem destinados na restauração dos danos incalculáveis gerados pela tragédia da cidade mineira de Mariana, considerado o maior em nível mundial com barragens do último século, segundo o estudo americano ministrado pela Bowker Associates, uma consultoria de gestão de riscos relacionados à construção pesada.
Vale lembrar que a mineradora Samarco não pagou a multa avaliada em 112 milhões de reais, aplicada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Minas Gerais (SEMAD), pela imensa degradação ambiental causada pelo rompimento das barragens do Fundão, em novembro do ano passado. A empresa alegou através de um recurso não ter agido de maneira intencional, além de reiterarem que estavam realizando suas atividades seguindo procedimentos legais, mesmo que haja controvérsias. Após a catástrofe, foram encontrados 17 corpos e duas pessoas ainda permanecem desaparecidas, além de centenas de desabrigados.
Imagens aéreas da catástrofe em Mariana.
A doação será destinada a um projeto de capacitação da agricultura sustentável para os moradores de municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, dando enfoque maior para a Bacia do Piranga, uma das mais afetadas pelo mar de lama contaminado. A banda também havia feito uma promessa, em dezembro do ano passado, de doar 100 mil dólares para mais outras duas organizações, entre elas, o Instituto Terra e o Confrem – Brasil, mas ainda não há informações sobre o recebimento.
Em um show do Pearl Jam, realizado no ano passado em Belo Horizonte para um público de 40 mil fãs, o vocalista Eddie Vedder ergueu a voz contra a irresponsabilidade das empresas frente às tragédias decorrentes da exploração desenfreada da natureza: “É difícil engolir quando grandes empresas usam e abusam de terras apenas para lucrar sem nenhum respeito pelo meio ambiente. Acidentes tiram vidas, destroem rios e, ainda assim, eles conseguem lucrar. Esperamos que sejam punidos, duramente punidos e cada vez mais punidos para que nunca esqueçam o triste desastre que causaram.”
Imagens aéreas do mar de lama em Mariana.