“De todos os bares de todas as cidades de todo o mundo, ela entra no meu”, diz Rick, dono do bar em que Ilsa entrou. Para quem não está entendendo nada: essa é uma cena de Casablanca, o clássico de 1940 com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Vamos a uma sinopse rápida. Eles se conhecem, se apaixonam, mas explode a Segunda Guerra Mundial e eles precisam se separar para sobreviver. Um ano depois, ele é o dono de um bar e fecha os olhos para as minorias que estão sofrendo na batalha. E ela, sumida há algum tempo, entra justamente no bar do Rick. Os dois retomam a paixão, mas o processo faz Rick perceber que ser imparcial nem sempre é bacana. Isso tudo ao som de As Time Goes By. É um dos melhores filmes antigos e ainda é em preto e branco. Recomendo ver hoje mesmo acompanhada de um bom vinho. Mas, pensando nisso, lembrei de outros dois filmes que são da mesma década e também merecem sua atenção.
No mesmo ano de Casablanca, Charles Chaplin desafiou a ordem mundial ao fazer uma paródia da perseguição aos judeus. No filme O Grande Ditador, a história se repete, mas com um final bastante diferente. Os paradoxos traçados nos fazem enxergar outras perspectivas das angústias da guerra. Tudo isso com aquele humor característico de Chaplin.
E ainda tem Cidadão Kane, de 1941, que é um filme atualíssimo. Depois da morte de um poderoso da mídia, a imprensa começa a questionar e investigar uma mensagem deixada por ele. O filme fala do poder de influência dos meios sobre a imagem da pessoa e dessa mania de querer dar um veredito antes que a verdade seja realmente alcançada. Dirigido e estrelado por Orson Welles. Só não assiste com sono!