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Essas mulheres só foram creditadas em trabalhos famosos após anos

Assim como Yoko Ono, que agora foi reconhecida como coautora de 'Imagine', diversas artistas já demoraram a ganhar os créditos por seus trabalhos famosos

Por Letícia Paiva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Gabriela Malta
21 jun 2017, 18h50
 (GettyImages/Reprodução)
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A icônica canção Imagine, lançada em 1971 e que até agora era creditada apenas a John Lennon, receberá o nome de Yoko Ono como coautora. O anúncio foi feito no último dia 14, durante evento da National Music Publishers Association, em Nova York, para anunciá-la como a “canção do século”.  

Em entrevista para a BBC em 1980, poucos meses antes de sua morte, o cantor afirmou: “Imagine deveria ter sido registrada como uma canção de Lennon/Ono. Se tivesse sido alguém sem ser minha esposa, teria lhe dado crédito”. Ono já é herdeira de Lennon, portanto o reconhecimento não representa novos ganhos financeiros, e sim uma valorização ao seu trabalho. 

Assim como Yoko, diversas artistas mulheres já demoraram a ganhar os créditos por seu trabalho – algumas delas tendo sido ocultadas por homens que nem mesmo tiveram participação nas obras. Veja: 

Marion Mahony Griffin

aquarela-marion
(reprodução/Reprodução)

A artista e arquiteta norte-americana, uma das primeiras licenciadas na profissão no mundo, formou-se no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e trabalhou com o icônico e renomado arquiteto Frank Lloyd Wright, no início do século passado.

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No escritório de arquitetura, onde atuou por 15 anos, criava perspectivas em aquarela dos projetos com Wright, tanto de prédios quanto de paisagismo, marcantes na composição do estilo pelo qual Wright ficou conhecido. O arquiteto, contudo, nunca deu a ela o crédito pelos desenhos. Durante sua vida, sua obra era vista como uma extensão do trabalho desenvolvido pelos homens do escritório. Posteriormente, foi considerada uma das maiores desenhistas de seu tempo

Margaret Keane

Margaret Keane
(reprodução/Reprodução)

No filme Grandes Olhos, estrelado por Amy Adams, uma pintora vê o marido manipulador receber os créditos pelo sucesso dos seus quadros. A trama é baseada na história da pintora Margaret Keane, atualmente com 89 anos, criadora de quadros que representam crianças singulares de olhos bem grandes. No início de sua carreira, seu marido Walter Keane a convenceu de que seus quadros seriam mais rentáveis se assinados por ele. Margaret pintou por vários anos em favor do marido.

Após o divórcio, ele a ameaçou de morte caso contasse a verdade. Em 1968, a artista processou o ex-marido. Para descobrir a verdade, o juiz do caso pediu que cada um deles pintasse um quadro na sala de audiências. O impostor recusou e a artista pintou uma obra em menos de 60 minutos. Margaret recebeu uma indenização no valor de R$ 4 milhões de dólares e o reconhecimento por sua obra. 

Caroline Louisa Daly

Caroline Louisa Daly
(reprodução)

Durante quase meio século, os esboços e as aquarelas de Caroline Louisa Daly foram expostas no Canadá sob a autoria de John Corry Wilson Daly e Charles L Daly. Em uma visita à galeria onde as obras estão expostas, o bisneto de Caroline percebeu o engano e informou o erro aos diretores do local, que logo iniciaram uma investigação.

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Nada sugeria que John Corry Wilson Daly, um comerciante e politico da região, tivesse produzido arte. Do mesmo modo, nada provava que Charles L Daly já tivesse visitado a província. Caroline, por sua vez, havia visitado o local com o pai militar e criou retratos dos locais pelos quais passavam. A autoria dos quadros foi, então, atribuída à Caroline.

Mary Shelley

Retrato de Mary Shelley, autora do clássico de terror 'Frankenstein'.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Mary Shelley foi autora de contos, dramaturga, ensaísta, biógrafa e escritora de literatura de viagens, mais conhecida por seu romance gótico, Frankenstein ou O Prometeu Moderno.

O livro foi publicado pela primeira vez em 1918, anonimamente. Críticos e leitores acharam que o autor da obra era Percy Shelley, já que o livro havia sido publicado com prefácio dele e dedicado a seu herói político William Godwin.

Só cinco anos mais tarde o nome de Mary foi creditado à obra, que permanece sendo lido mundialmente e inspirando muitas peças de teatro e adaptações para o cinema.

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