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Aulas no Afeganistão separam homens e mulheres por cortina

Medida tomada por Talibã preocupa instituições, que afirmam não ter meios para se adequar a estrutura das aulas

Por Da Redação
13 set 2021, 16h59
mulheres afegãs durante aula em Cabul, separadas dos homens
Imagens montram estudantes no primeiro dia de aula em uma universidade em Cabul (| Foto: @mortazabehboudi/Twitter)
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O Talibã confirmou que permitirá que as mulheres afegãs frequentem universidades, desde que separadas dos homens. No último domingo (12), o ministro do Ensino Superior do novo regime do Afeganistão, Abdul Baqui Haqqani, confirmou a informação.

Leia também: O que a volta do Talibã ao poder significa para mulheres afegãs

“A partir de agora, a responsabilidade pela reconstrução do país cabe às universidades. E estamos esperançosos, porque o número de universidades aumentou consideravelmente”, disse ele, comparando os números com o primeiro regime do Talibã. “Isso nos deixa otimistas para o futuro, para construir um Afeganistão próspero e autônomo. Devemos fazer bom uso dessas universidades”, acrescentou.

Aulas mistas

O ministro confirmou que as aulas mistas nas universidades serão proibidas pelo governo. No comando anterior, deposto em agosto, aulas com homens e mulheres eram permitidas.

“Isso não representa nenhum problema para nós. São muçulmanos e vão aceitar isso. Decidimos separar [homens e mulheres] porque as classes mistas são contrárias aos princípios do Islã e às nossas tradições”, explicou.

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De acordo com o ministro, nos últimos 20 anos a educação mista foi imposta pelo governo pró-Ocidente no Afeganistão, apesar das universidades solicitarem aulas separadas para homens e mulheres.

Condições restritas às mulheres

Na última semana o governo talibã anunciou que as mulheres poderão estudar, contanto que sigam condições restritas, como usar véu completo, aulas separadas dos homens ou até salas divididas por cortinas, caso tenha poucas meninas.

Após o anúncio, algumas universidades ficaram preocupadas em relação ao cumprimento das medidas. As instituições afirmam não ter meios materiais e financeiros para se adequar a separação por gênero e acreditam que isso pode desanimar os alunos a participar das aulas.

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) também se mostrou preocupada com a situação. No último dia 10, a organização afirmou que a educação no país está em “perigo” sob comando do talibã e alertou para os riscos para as próximas gerações, o que poderia impactar no desenvolvimento do país “por anos”.

Apesar disso, no sábado (11) centenas de afegãs vestidas com o véu integral se manifestaram a favor do talibã, em uma universidade de Cabul.

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