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“Me vi nessa missão”, diz Mirtes, mãe de Miguel, sobre cursar direito

Segundo ela, com a morte do filho, agora tem o dever de ajudar o próximo

Por Da Redação
Atualizado em 25 nov 2020, 18h25 - Publicado em 25 nov 2020, 18h21
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  • Mirtes Souza, que perdeu o filho Miguel, de 5 anos, em junho desse ano, irá cursar direito a partir do primeiro semestre de 2021, com o intuito de se tornar advogada. “Me vi nessa missão. Meu filho me deu o dever de ajudar o próximo”, contou ao G1.

    Mirtes trabalhava como empregada doméstica na casa de Sarí Corte Real, em Recife. A mulher é esposa do prefeito de Tamandaré, cidade no litoral sul de Pernambuco. No dia do ocorrido, Miguel havia ido até o trabalho da mãe e foi deixado aos cuidados de Sarí, enquanto Mirtes passeava com o cachorro dos patrões. A criança faleceu ao cair do 9º andar do prédio.

    Segundo a mãe, o luto trouxe determinação para começar uma nova carreira e ir atrás de seus sonhos. “Eu já estou preparada para os desafios. Pode ser que eu passe por algum preconceito, mas já estou passando por coisas piores. Nada se compara à dor que estou sentindo”, declarou. “Antes, eu pensava em fazer administração a distância, para poder ter tempo de cuidar de Miguel. Agora, com essa tragédia, acabei escolhendo o direito porque senti na pele as injustiças e a morosidade do sistema. Me vi nessa missão de cursar direito para poder ajudar outras pessoas”, contou.

    Mirtes fez o vestibular e já está matriculada em uma faculdade, que deve começar a cursar de forma presencial no primeiro semestre de 2021. Ela conta que sente o orgulho que o filho tem dela por dar esse passo importante em sua vida. “Ele sempre teve orgulho de mim. Em qualquer brincadeira com os meninos da rua, em qualquer festa que eu organizava, ele dizia ‘foi a minha mamãe que fez’. Agora ele deve estar muito orgulhoso”, afirmou.

    Andamento do caso na Justiça

    A primeira audiência do Caso Miguel está marcada para 3 de dezembro. No dia da morte de Miguel, Sarí foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas pagou R$ 20 mil de fiança para responder ao processo em liberdade. Em julho, ela foi indiciada por abandono de incapaz que resultou em morte. A mãe, o pai e a avó de Miguel pedem R$ 987 mil de indenização por danos morais e materiais. Se condenada, a pena pode chegar a até 12 anos de prisão.

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