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Menina de 12 anos é internada após sofrer intoxicação com ‘slime’

Mãe e filha fazem alerta aos pais sobre os perigos de fazer o brinquedo em casa

Por Da Redação
Atualizado em 18 fev 2020, 08h18 - Publicado em 23 Maio 2019, 13h32
Garota brincando com slime
Menina de 12 anos é internada após intoxicação por boráx, componente do slime.  (MamiGibbs/Getty Images)
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Uma menina de 12 anos, chamada Valentina Pagano, está internada há mais de uma semana em um hospital na zona sul de São Paulo por suspeita de intoxicação com slime, brinquedo em forma de “geleca” que faz sucesso entre as crianças nos dias de hoje.

A mãe da criança, Cris Pagano, fez uma publicação em seu Facebook alertando aos pais sobre o ocorrido.

“Ela apresentava um quadro de gastroenterite sem nenhuma razão aparente. Todos os exames estão normais, hemograma e PCR inalterados, ultrassom e tomografia mostrando apenas um aumento e inflamação nos linfonodos intestinais. E hoje, depois de muitos dias de angústia, vendo ela piorando a cada dia – apesar do esquema fortíssimo de medicação para vômitos -, sem comer nada desde o início do quadro, veio o diagnóstico: envenenamento por bórax”, escreveu no post.

O bórax é um dos componentes usados na receita caseira do slime. Valentina também usou a rede social para alertar aos amigos e famílias sobre o risco do manuseio do brinquedo.

“Todos os dias no hospital, eu estava fazendo slimes porque sempre que recebia uma visita, eu ganhava materiais. Enquanto eu mexia com isso, ele penetrava na minha pele indo para a minha corrente sanguínea”, conta. Segundo a menina, os médicos só suspeitaram do bórax quando viram o produto no quarto do hospital.

“Mães, proíbam o uso nos slimes! O médico já avisou a Vigilância Sanitária, que informou já ter outras ocorrências”, completou a mãe.

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O que é slime?

O slime é uma massa colorida, com aspecto gosmento, que pode ser manuseada com as mãos. Ele é fácil de fazer em casa e muitos vídeos no Youtube ensinam às crianças a fazerem a receita.

Em sua composição caseira, são usados ingredientes como cola, tinta, purpurina e o borato de sódio, facilmente encontrado no comércio.

slime
(MamiGibbs/Getty Images)
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O que é bórax?

Bórax, componente usado por Valentina para a formação do slime, é uma substância alcalina altamente tóxica. Apesar disso, ela pode ser encontrada em produtos de limpeza domésticos e em âmbito industrial.

Com a onda de crianças produzindo slime dentro de casa, elas ficam horas manipulando a mistura e os resultados podem ser queimaduras químicas, irritação nos olhos e dermatites.

À Revista Crescer, o alergista e imunologista Nelson Guilherme Bastos Cordeiro explicou que a queimadura pode ser a reação mais grave causada pelo borato de sódio. “Existe, ainda, risco de reações alérgicas, já que as crianças têm uma pele mais sensível”, afirma.

Caso o produto seja inalado, há o risco de irritação no aparelho respiratório. Além disso, “pode desenvolver dermatite de contato por conta de uma substância encontrada normalmente em espumas de barbear e amaciantes, chamada de metilisotiazolinona”, alerta o especialista.

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Valentina
Valentina Pagano e sua mãe. Ambas usaram o Facebook para alertar sobre os riscos do manuseio de slimes. (Facebook/Reprodução)

Casos parecidos

A publicação de Cris Pagano viralizou no Facebook e, nos comentários, muitos pais relataram terem enfrentado casos parecidos com os seus filhos.

“Meu filho ficou internado por 5 dias, com sintomas de gastroenterite, sentia enjoos incontroláveis e incômodos abdominais. Fez uma bateria de exames e todos normais, somente os linfonodos mesentéricos estavam alterados, mas nenhum diagnóstico que justificasse. Ele também brinca com slimes, porém não manipula, eu já compro pronto. Ficarei atenta”, comentou uma mãe.

“Minha filha também faz slime e usa o boráx… Quando eu soube, mandei jogar tudo fora… Estou numa batalha com a minha filha, que reclama de dores abdominais e não tem exame que identifique isso”, relata outra.

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Cordeiro, entretanto, afirma que não significa que todas as crianças que entram em contato com esses produtos terão problemas. “Isso vai depender do tempo de manipulação, da quantidade usada, da predisposição da criança e do tempo de contato com o produto”, diz.

O ideal, segundo o alergista, é não fazer slime caseiro. A preferência deve ser produtos industrializados que são vendidos em quantidades e concentrações já testadas. Caso haja alguma reação na criança, deve-se lavar a região com água ou soro fisiológico gelados e procurar atendimento médico o mais rápido possível.

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