Jovem afegã tem o nariz arrancado brutalmente pelo marido
Antes do ataque, marido de Reza Gul decidiu se casar com uma garota de 7 anos
Em 2010, a revista Time chocou o mundo ao contar a história da jovem afegã Bibi Aisha, de 18 anos, que foi mutilada pelo próprio marido a mando do Talibã. A medida punitiva ocorreu depois de uma tentativa frustrada de fuga de Aisha, que constantemente sofria agressões físicas.
A jovem teve o nariz e as orelhas extirpados para, segundo a milícia fundamentalista, mandar um recado a outras mulheres que estivessem planejando o mesmo. Levada aos Estados Unidos, ela recebeu uma prótese de nariz.
Seis anos depois, outro caso assustador revela que a realidade das mulheres afegãs continua marcada por violência. Reza Gul, 20 anos, foi mais uma vítima do sentimento de poder que os homens afegãos têm sobre as esposas.
Casada desde os 15 anos com Mohammad Khan, Reza era frequentemente agredida pelo marido. A violência com que ela era tratada já havia chamado a atenção dos líderes locais. Os anciãos da comunidade e representantes do Talibã já tinham tentado conciliar a família, mediando a situação para tentar resolver os problemas conjugais. Nessas reuniões, o marido havia prometido que não iria mais machucar a esposa.
Em um ataque covarde de fúria, Mohammad arrancou o nariz da jovem. Ele havia retornado recentemente do Irã após ter tomado uma menina de 7 anos como sua segunda esposa.
Ahmad Javed Bedar, um porta-voz do governador da região, revelou que uma faca de bolso foi a arma utilizada para a mutilação. Ele acrescentou ainda que Reza precisará de uma cirurgia reconstrutiva, mas que não é possível realizar este tipo de procedimento do hospital local. Ela provavelmente será levada para a Turquia para passar por tratamento.
A polícia afegã iniciou uma busca por Mohammad, mas ele fugiu para uma área controlada pelo Talibã. Com o desaparecimento, as forças de segurança locais e as agencias de inteligência iniciaram uma série de buscas pelo agressor.
O ataque aconteceu na província noroeste de Faryab, no último domingo (31). Reza foi levada ao hospital depois de perder uma grande quantidade de sangue. O filho, de 1 ano, foi levado junto.
Infelizmente, mutilações faciais não são acontecimentos inéditos no Afeganistão. Elas persistem uma vez que o sistema judicial do país não aplica punições severas para os homens que agridem suas esposas.
Em novembro, uma jovem foi apedrejada até a morte depois de ser acusada de adultério na província central de Ghor. Em março passado, uma mulher chamada Farkhunda foi barbaramente espancada e incendiada no centro de Cabul depois de ser falsamente acusada de queimar um Alcorão.