A jornalista Ellen Ferreira, da Rede Amazônia, afiliada da TV Globo em Roraima, foi demitida da emissora após ter denunciado o ex-chefe de jornalismo do canal, Edison Castro, por assédio moral e sexual. Em entrevista ao UOL, ela diz que acredita estar sendo vítima de perseguição.
De acordo com o relato de Ellen, há cerca de três meses, a jornalista e outros funcionários levaram ao Sindicato dos Jornalistas de Roraima e ao Ministério Público do Trabalho situações de assédio sexual e moral que ela e os colegas de trabalho enfrentaram dentro da emissora. “Situações vexatórias de racismo, homofobia, gordofobia. Ele é um psicopata”, declarou Ellen, referindo-se ao antigo chefe.
Ainda segundo a reportagem, a jornalista conta ter precisado buscar tratamentos contra ansiedade e depressão pela convivência com Edison. Além disso, ela também diz que o comportamento do ex-chefe era semelhante com outros funcionários das afiliadas de Goiás, Tocantins e Maranhão, onde ele também trabalhava.
“Teve uma apresentadora em Tocantins que tentou se matar pelo assédio que sofreu. Ele obrigava uma outra funcionária a tomar remédios tarja preta, porque ela era gorda. Ele não era profissional. Tinha gente que queria bater nele na rua! Resolvemos ir atrás dos nossos direitos”, relatou.
Ellen chegou a entrar em contato com Ali Kamel, diretor geral de jornalismo da TV Globo, para denunciar os casos. Em nota divulgada na quinta-feira (24), a Globo afirmou que encaminhou a denúncia à Rede Amazônica.
“As afiliadas da Globo comungam dos mesmos princípios editoriais, mas são empresas independentes. O diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, ao receber e-mail da jornalista Ellen Ferreira, entrou imediatamente em contato com o setor de afiliadas para que a queixa fosse transmitida à Rede Amazônica. A Globo reitera que o respeito é um valor fundamental do seu Código de Ética. A empresa repudia qualquer tipo de assédio ou preconceito, que não são tolerados no ambiente de trabalho em nenhuma hipótese. Os esclarecimentos sobre o que ocorreu depois devem ser dados pela afiliada”.
Somente no fim do mês de junho, graças às denúncias feitas no Ministério Público do Trabalho e no Sindicato dos Jornalistas, Edison foi desligado do cargo. A Rede Amazônica ainda não se pronunciou sobre o caso.