Prazo para João de Deus se entregar acaba às 14h deste sábado
Mais de 20 endereços ligados a João de Deus já foram alvo de buscas da Polícia Civil em Abadiânia
Caso João de Deus não se entregue até às 14 horas deste sábado, a Polícia Civil de Goiás passará a considerá-lo foragido da Justiça. A informação foi divulgada ao Globo pelo delegado geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes.
O pedido de prisão preventiva foi feito pela Polícia e aceito pela Justiça de Goiás. Caso não seja encontrado, é possível que o líder espiritual passe o sábado e domingo em sua casa, na cidade de Abadiânia, no interior de Goiás, já que não é permitido que a polícia cumpra mandados em residências durante finais de semana.
Advogados negociam apresentação
Na tarde de hoje, o coordenador geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes de Almeida, disse que havia a expectativa de que a prisão acontecesse ainda nesta sexta-feira. Fontes ligadas ao caso afirmam que a equipe de advogados de João de Deus estaria negociando sua apresentação à Polícia para esta noite.
Mais cedo, o advogado de defesa do líder espiritual, Alberto Toron, afirmou que apresentaria um pedido de habeas corpus para garantir a liberdade de seu cliente. Porém, no fim da tarde, o advogado Thales Machado, que também faz parte da equipe que defende João de Deus, afirmou em entrevista ao O Globo, que independente do resultado da liminar contra a prisão “o médium iria se entregar”.
Testemunha-chave deixou o país
O pedido de prisão preventiva do médium foi fundamentado em dois argumentos. Para o MP, em liberdade, o médium poderia coagir as testemunhas e fazer novas vítimas.
Também nesta tarde, CLAUDIA teve acesso à informação de que uma testemunha-chave no caso deixou o Brasil às pressas. A mulher, que vive na região Sul do país, se dirigia a uma delegacia para prestar a queixa-crime sobre abuso e outros crimes cometidos pelo líder espiritual. Porém, foi ameaçada por pessoas supostamente ligadas ao médium e precisou fugir.
A denúncia foi feita por Maria do Carmo Santos, presidente do Grupo Vítimas Unidas, que junto à ativista social Sabrina Bittencourt, tem recebido relatos e prestado apoio às vítimas que ainda não acionaram o Ministério Público. A própria Maria do Carmo esteve nesta tarde com um promotor para entregar um depoimento gravado e algumas provas e informações que recolheu com a testemunha. “Essas mulheres estão aterrorizadas, temem pela sua segurança e a de seus familiares, com toda a razão”, disse Maria do Carmo.
Denúncias
Desde o dia 10, quando foi criado o e-mail para recebimento de denúncias de vítimas, um total de 335 mensagens e contatos por telefone foram atendidos. O e-mail específico para essa finalidade é o denuncias@mpgo.mp.br. Os atendimentos são de denunciantes de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão.
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