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Enfermeira denuncia esterilizações forçadas em imigrantes nos EUA

A enfermeira Dawn Wooten também apontou situações precárias e de descaso no combate ao coronavírus dentro do centro de detenção

Por Da Redação
Atualizado em 16 set 2020, 21h23 - Publicado em 16 set 2020, 21h12
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  • A enfermeira Dawn Wooten, que atua há três anos no centro de detenção do condado de Irwin, na Geórgia, EUA, administrado pela empresa privada LaSalle Corrections, denunciou o local por negligência e maltrato contra os imigrantes aprisionados no centro.

    Segundo a denúncia, ao longo da pandemia, as pessoas não recebem amparo médico, sofrem com ausência de medicamentos, entre outras precariedades sanitárias, que favorecem a circulação do novo coronavírus. Em caso de manifestação contra as condições da detenção, os imigrantes são colocados em um confinamento solitário.

    Além disso, Wooten também relatou que há uma alta taxa de histerectomias entre mulheres, sem autorização e consentimento das mesmas. A cirurgia em que parte ou todo o útero é removido era realizada principalmente em imigrantes de língua espanhola.

    As denúncias da enfermeira foram protocoladas nesta segunda-feira (14) por meio do suporte de coletivos e instituições em prol dos direitos humanos. De acordo com o Intercept, a divulgação das práticas violentas gerou represália para Dawn. Além da enfermeira, outro membro da equipe médica relatou abusos cometidos contra os imigrantes, mas por medo de repressão não revelou a identidade.

    Como os procedimentos eram feitos

    As cirurgias de histerectomia eram feitas em mulheres que relatavam um fluxo menstrual intenso, segundo a enfermeira. Um médico fora do local que supostamente é responsável pelos procedimentos. Em alguns casos, a comunicação entre a equipe e a mulher para ter o consentimento era “simplesmente pesquisando espanhol no Google”, afirmou Wooten.

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    Outras violações relacionadas a procedimentos cirúrgicos foram denunciadas, como o caso de uma imigrante que não foi anestesiada corretamente e ouviu o médico confessar que havia retirado seu ovário por engano. “Quando conheci todas essas mulheres que fizeram cirurgias, achei que fosse um campo de concentração experimental. Era como se estivessem fazendo experiências com nossos corpos ”, disse uma das imigrantes.

    Pandemia

    Além da ausência de estrutura para manter o distanciamento entre os imigrantes, os responsáveis pelo centro de detenção também se negaram a testar as pessoas que chegavam ao espaço e ainda omitiram o número de infectados.

    Ao The Guardian, Azadeh Shahshahani, advogada de direitos humanos do Project South, uma das instituições responsáveis pela denúncia, afirmou que “não há distanciamento social possível em um centro de detenção. Estamos pedindo que as pessoas sejam libertadas imediatamente e há muito tempo estamos pedindo o fechamento desta instalação”.

    Resposta

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    Com a divulgação das acusações, Bob Trammell, representante do estado da Geórgia, suspendeu as licenças dos responsáveis médicos mencionados na reclamação e aguarda uma investigação completa pelo conselho médico. Além disso, Trammell afirmou que outras investigações serão feitas em mais centros de detenção na Geórgia.

    O que falta para termos mais mulheres eleitas na política

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