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Ginastas alemãs usam uniforme para lutar contra sexualização no esporte

“Esperamos que as ginastas que se sentem desconfortáveis ​​com os trajes normais sejam incentivadas a seguir nosso exemplo”, afirmou Sarah Voss

Por Da Redação
27 abr 2021, 14h44
Sarah Voss
Ginasta Sarah Voss utiliza uniforme cobrindo as pernas. (Instagram/@sarah.vossi/Reprodução)
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A ginasta Sarah Voss participou do Campeonato Europeu de Ginástica Artística, em Basel, Suíça, com uma peça diferente no vestuário. No lugar do tradicional collant, a atleta usou uma macacão cobrindo o corpo inteiro.

A decisão de Sarah expressa um enfrentamento ao assédio sexual e hipersexualização contra as atletas da modalidade. Ela foi a primeira a utilizar o traje, servindo de inspiração para mais duas colegas de equipe.

A vestimenta está dentro do que é permitido pelas normas da Federação Internacional de Ginástica. “Uma só peça com pernas compridas, do quadril até o tornozelo”, considera a instituição. No entanto, a escolha causou impacto, já que, antes de Sarah, atletas só tinham coberto as pernas em competições internacionais por motivações religiosas.

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A atleta foi apoiada pela federação de seu país, que concorda com a decisão das competidoras e se posiciona contra o assédio sexual. Em entrevista à emissora alemã ZDF, a ginasta afirmou: “Até agora não ousamos fazer isso. Pelas regras da federação internacional, calças compridas com collants são permitidas em competições, mas ninguém o fez. Em algum momento, nós, como seleção alemã, nos perguntamos: ‘Por que não?’”

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Kim Bui e Elisabeth Seitz, também da equipe alemã, usaram o uniforme com calças na competição. Elisabeth disse que usar o collant foi uma preocupação a menos, porque ela se concentrou apenas no esporte e não se seu corpo estaria ou não à mostra. 

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Sarah também contou que está orgulhosa de sua decisão. “Todas nós, mulheres, queremos nos sentir bem em nossa pele. (…) Às vezes você se sente muito nua”. O intuito do traje é trazer conforto, segurança e liberdade a ginastas que se sintam desconfortáveis com os collants regulares.

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“Muitos ginastas me escreveram dizendo que estavam felizes com o fato de o passo ter sido dado. Eu mostrei que você pode se sentir bem e ainda assim ter uma aparência muito estética”, afirmou Sarah.

Assédio sexual 

A atleta ainda comentou que, à medida que crescia, o incômodo com a roupa também aumentava. “Quando menina, eu não achava os collants justos tão dramáticos. Mas quando a puberdade começou, quando minha menstruação chegou, comecei a me sentir cada vez mais inquieta.”

O ato é um marco na história da ginástica artística, dado ao histórico recente de denúncias de assédio. Simone Biles, a ginasta americana que afirmou ter sido abusada sexualmente pelo médico esportivo Larry Nassar, atualmente preso, disse que sua participação nas Olimpíadas de Tóquio será para falar abertamente sobre abuso sexual no esporte.

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O Brasil não fica de fora dos escândalos envolvendo crimes sexuais. O ex-treinador da seleção brasileira de ginástica artística, Fernando Lopes, foi acusado de abuso sexual por muitos atletas e ex-atletas. O caso corre em segredo de justiça.

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