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Fórmula 1: por que as mulheres ainda estão fora das pistas?

O grid ainda é masculino: a pilota Bia Figueiredo detalha as barreiras culturais, financeiras e o caminho para a mudança

Por Gabriela Nassif
Atualizado em 6 nov 2025, 18h33 - Publicado em 6 nov 2025, 14h56
Mulheres no automobilismo
Bia Figueiredo é pilota, comentarista esportiva brasileira e acumula prêmios no automobilismo.  (Imagem cedida/Divulgação)
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Mulheres representam 3 em cada 4 novos fãs da Fórmula 1. Os dados são da Pesquisa Global de Fãs de F1, realizada a cada quatro anos por Fórmula 1 e Motorsport Network. 

Embora elas estejam cada vez mais interessadas e envolvidas com o esporte, o grid segue composto exclusivamente por homens.

Com a chegada do Grande Prêmio de São Paulo, volta à tona uma questão antiga: por que ainda não há mulheres competindo na principal categoria do automobilismo mundial?

Para responder a essa questão, conversamos com Bia Figueiredo — primeira pilota a vencer os campeonatos Indy Lights e Copa Truck, pioneira na Stock Car Brasil e integrante da Comissão Feminina da Confederação Brasileira de Automobilismo.

O machismo persiste no volante

mulher de boné rosa dando entrevista
Bia Figueiredo disputou a Formula Indy por seis anos, tornando-se a primeira mulher a vencer uma prova da categoria Indy Lights. (Imagem cedida/Divulgação)

Mulher no volante, perigo constante”, diz o ditado. Ainda que o mito seja popular, não é o que comprovam os recentes dados divulgados pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-SP). Entre janeiro e abril de 2024:

  • 87,33% das ocorrências fatais registradas na capital envolveram motoristas homens.
  • Apenas 8,99% das ocorrências fatais tinham mulheres ao volante.
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O mito já foi desconstruído, mas sua lógica persiste — e se reflete também na ausência de mulheres no automobilismo. Em ambos os casos, trata-se de uma questão, sobretudo, cultural.

“O homem ganha carro, a mulher ganha boneca”

Bia Figueiredo
Bia Figueiredo se preparando para competir na Copa Truck (@biaracing/Instagram/Reprodução)

Pela primeira vez na história, três mulheres brasileiras competem no automobilismo internacional. Somando às categorias nacionais, são 23 pilotas brasileiras em atividade nas competições profissionais.

Apesar de ser um marco histórico, o número ainda é pequeno quando comparado à presença masculina no esporte.

“Quando a gente assiste a um campeonato brasileiro de kart, de 500 homens, a gente tem 5, 6 meninas. É muito difícil conseguir encontrar os grandes talentos se essa porcentagem é tão pequena”, diz a pilota, enquanto aponta para um problema cultural.

“A menina normalmente ganha bonecas e casinhas, enquanto o menino ganha carrinhos, bolas de futebol e brinquedos que envolvem mais competição e risco.”

Bia Figueiredo
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Embora os números comprovem que as mulheres dirigem melhor e com mais cautela, elas ainda são, desde cedo, direcionadas a atividades domésticas, enquanto os meninos são incentivados a explorar o esporte, a velocidade e o risco.

Sem o incentivo dentro de casa, dificilmente as jovens buscarão a carreira no automobilismo, como aponta Beatriz.

Mulheres ainda são minoria no automobilismo

Mulher de cabelo castanho em espaço de engenharia de corrida de fórmula 1.
Rachel Loh é engenheira da Ipiranga Racing e única mulher responsável por um carro da Stock Car (@kuanzein/Reprodução)

“Eu acho que o ambiente precisa ser menos hostil aos homens, tanto na parte de pilotas quanto de mecânicas e chefes de equipe”, afirma. Como destaca a pilota, as mulheres brasileiras vêm conquistando espaço em áreas historicamente dominadas por eles.

“No Brasil, já temos donas de equipes, como é o caso da Camila Mateus, da NASCAR e da Rally. Também há mais engenheiras interessadas e participando ativamente. No passado, a Stock Car contou com sua primeira mecânica mulher, a engenheira de competição Rachel Loh, da equipe Ipiranga Racing”, completa.

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Expectativa de mudança

De acordo com Figueiredo, aumentar a base de pilotas meninas é o primeiro passo para a mudança. “Quanto mais mulheres na base, maior a probabilidade de encontrar um grande talento para um dia chegar na Fórmula 1, e esse é um trabalho que fazemos na Comissão Feminina”, explica.

“Não há mulheres ao nível de Fórmula 1 porque nenhuma foi preparada efetivamente para isso. Lembrando que, para você ser um piloto de F1, você precisa ter resultados fantásticos”, acrescenta Bia.

F1 Academy
Jovens pilotas da F1 Academy. (F1 Academy/Reprodução)

Em contrapartida, a criação da F1 Academy — categoria de automobilismo exclusivamente feminina, idealizada pelo Grupo Fórmula 1 para desenvolver jovens pilotos mulheres —  é uma caminho com potencial para que, num futuro não tão distante, mulheres possam guiar um F1. 

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Além da participação feminina de 25% na temporada de 2024, nove mulheres já recebem apoio financeiro por meio do programa Discover Your Drive da F1 ACADEMY.

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