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Estátua de mulher indígena substituirá a de Cristóvão Colombo no México

Em meio a debates sobre raça e sexo, o monumento visto como colonialista foi trocado pela estátua de uma mulher indígena

Por Da Redação
Atualizado em 15 out 2021, 13h30 - Publicado em 15 out 2021, 13h26
MEXICO CITY, MEXICO - 2021/09/26: Las Mujeres que Luchan (Women Who Fight) statue seen during the demonstration.Relatives and students held a demonstration to demand justice for the 43 Normalistas students from Ayotzinapa seven years after their forced disappearance in Iguala, Guerrero. (Photo by Guillermo Diaz/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
Estátua de uma mulher indígena será colocada no lugar do monumento de Colombo (Guillermo Diaz/Getty Images)
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Em meio a debates acalorados sobre colonização e o legado europeu, estátuas de Cristóvão Colombo estão sendo derrubadas por toda América. Um monumento em homenagem ao europeu na Cidade do México foi substituído em meio a disputas políticas no país.

A imagem de uma mulher indígena será colocada no lugar de Colombo. Por hora, o movimento feminista do país colocou uma imagem provisória, que já simboliza o debate sobre raça, história e, principalmente, sexo.

Na última terça-feira (12), Claudia Sheinbaum, prefeita da cidade, anunciou que a estátua de Colombo será substituída por uma figura indígena pré-colonial de uma mulher. A medida foi anunciada antes da esperada candidatura de Claudia à presidência em 2024.

O novo monumento é visto pelos cidadãos como uma tentativa da prefeita, primeira mulher eleita para comandar a maior cidade da América do Norte, de colocar em pauta as tensões culturais que atingem o país, o que engloba a resistência das mulheres a uma cultura comandada e dominada pelos homens.

Em entrevista coletiva no aniversário da primeira invasão de Colombo às Américas, Claudia afirmou que a estátua “representa a luta das mulheres, principalmente das indígenas, na história do México. É uma história de classismo, de racismo que vem da colônia”.

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Hector Vivas
A imagem de uma mulher indígena será colocada no lugar da estátua de Colombo (Hector Vivas/Getty Images)

Em seu mandato, Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, denuncia a história do colonialismo, celebra a cultura indígena e se apresenta como defensor dos pobres contra a oposição conservadora e a elite descendente de europeus.

Nos meses que sucederam a celebração dos 500 anos da queda da capital asteca de Tenochtitlan por causa da invasão dos espanhóis, Andrés viajou pelo país se desculpando com os indígenas pelas atrocidades do período colonial.

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Apesar de suas ações progressistas, o presidente mostrou menos sensibilidade ao movimento feminista em crescimento no México. Milhares de mulheres em extensas manifestações contra os altos índices de violência doméstica foram minimizadas por Andrés.

“Manobra da oposição” foi o termo usado pelo presidente para definir os protestos que segundo ele, tinham como intuito desestabilizar seu governo. No último mês ele disse que o movimento feminista mexicano só foi criado depois de assumir a presidência em 2018.

“Elas se tornaram feministas conservadoras apenas para nos afetar, apenas com esse propósito”, disse. Ele usou “conservadores” para se referir as manifestantes, mesma palavra que utiliza quando quer ridicularizar seus oponentes na política.

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A estátua, localizada no centro da capital, foi construída em 1877 e desfigurada por manifestantes ano passado. Após ameaças de novos danos ao monumento, as autoridades a retiraram do local.

A nova figura, chamada de “A Jovem Dama de Amajac”, terá cerca de 6 metros de altura. A decisão agradou diversas pessoas, mas algumas manifestantes acreditam que a mudança não afeta a realidade.

“Eles estão se concentrando na estátua, sem se concentrar nos direitos das mulheres que estão vivas”, disse Fatima Gamboa, ativista da Rede de Advogados Indígenas, em entrevista ao The New York Times.

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